Introduzida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo eleitoral brasileiro em 1996, a urna eletrônica revolucionou a maneira como o eleitor expressa sua soberania política, pilar do sistema democrático, ao conferir mais confiabilidade e agilidade à apuração do voto. Não há registros de fraudes desde que o modelo foi implantado. Ainda assim, o sistema entrou na mira do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores.
Antes mesmo de ser eleito, Bolsonaro passou reiteradamente a afirmar, sem provas, que o sistema não é confiável e chegou a alegar que houve fraude no pleito de 2018, que o elegeu à Presidência com mais de 57 milhões de votos. Em um ataque às instituições democráticas, o presidente condicionou também a realização das eleições 2022 à implantação do voto impresso, proposta derrotada na Câmara dos Deputados.
As urnas eletrônicas contam com mais de 30 camadas de proteção, passam por auditoria e não podem ser invadidas pela internet, ao contrário do que alegam mensagens falsas nas redes sociais.
Desenvolvido pelo TSE, o software usado nas urnas conta com criptografia, assinatura digital e passa por testes públicos de segurança. Os equipamentos também são testados em uma auditoria chamada de “votação paralela”, uma simulação com urnas sorteadas que ocorre no dia da eleição. As medidas de proteção, que ocorrem antes, durante e depois do pleito, estão explicadas em um infográfico no site do GLOBO.
— O sistema preserva a vontade do eleitor, afastando distorções que ocorriam no modelo de cédula. Em 25 anos, não houve constatação de qualquer desvio — ressalta o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que presidiu o TSE quando as urnas eletrônicas foram usadas pela primeira vez.