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União Brasil avalia tornar Juscelino Filho líder do partido na Câmara

Ex-ministro, denunciado por desvio de verbas, retorna ao Congresso enquanto partido prepara reação política à acusação da PGR

Ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho | Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
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O União Brasil mobiliza-se para alçar o agora ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho (MA), à liderança da bancada partidária na Câmara dos Deputados, em um movimento interpretado como resposta política à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios de emendas parlamentares. A proposta, defendida por integrantes da cúpula do partido, surge simultaneamente à indicação do deputado Pedro Lucas (MA) – atual líder da sigla na Casa – para substituir Juscelino no ministério, em uma troca que deve ser oficializada pelo presidente Lula ainda esta semana, após seu retorno de Honduras.

A saída de Juscelino do governo, considerada inevitável após a denúncia formal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, não o afasta da vida pública. Ele retoma o mandato como deputado federal, e aliados já trabalham para reposicioná-lo em um cargo de influência no Legislativo. A estratégia inclui deslegitimar as acusações: um parlamentar do União Brasil, em tom de defesa, classificou a investigação como "forçação de barra que criminaliza toda e qualquer emenda parlamentar".

vítima de perseguição

O partido busca, com a manobra, projetar Juscelino como vítima de perseguição, ao mesmo tempo em que tenta controlar os danos políticos da crise. A nomeação de Pedro Lucas para o ministério, por sua vez, atende a uma necessidade imediata de recomposição na Esplanada, mas mantém a hegemonia do Maranhão na pasta – ambos os políticos são do mesmo estado.

Enquanto isso, o STF avança na análise da denúncia contra Juscelino, que aguarda prazo para defesa antes de ser submetida ao julgamento da Primeira Turma. O desfecho do caso poderá redefinir os rumos da articulação partidária, mas, por ora, o União Brasil sinaliza que não abandonará o ex-ministro, tratando sua ascensão à liderança como uma questão de lealdade política.

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