A poucos dias do conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a agitar as redes sociais com uma publicação polêmica. Na sexta-feira (2), Trump compartilhou em sua plataforma Truth Social uma imagem em que aparece vestido como papa, em uma clara tentativa de se associar à autoridade simbólica e espiritual do cargo mais alto do Vaticano.
Imagem papal alimenta controvérsia
Na montagem — que, segundo a ferramenta Hive Portal, tem 99,9% de chance de ter sido gerada por inteligência artificial — Trump surge com batina branca, mitra na cabeça, uma cruz dourada no peito e o dedo indicador apontado para o alto, numa típica pose de pontífice. A imagem não veio acompanhada de legenda, mas apareceu poucos dias depois de uma declaração surpreendente do republicano: “Eu gostaria de ser papa. Seria a minha primeira escolha”, disse ele a jornalistas.
Reações negativas dominam as redes
A postagem viralizou rapidamente e provocou uma onda de críticas, sobretudo pelo seu teor considerado desrespeitoso. “Inapropriado, insensível e desrespeitoso”, reagiu um internauta no Instagram. Outra seguidora foi além: “Esta imagem não é engraçada. Não é sátira. E não é inofensiva. Donald Trump vestido como papa é uma construção visual intencional, feita para projetar divindade, autoridade moral e poder absoluto.”
Simbologia autoritária e culto à personalidade
Especialistas e usuários enxergaram na publicação uma tentativa de instrumentalizar símbolos religiosos para fins políticos e autoritários. Um comentário que se destacou nas redes apontou: “É a estética de um homem que não quer liderar uma democracia. Ele quer ser adorado. Isso não é fantasia, é propaganda. Não é fé, é arrogância em vestes religiosas.”
Casa Branca entra no foco da polêmica
O episódio ganhou ainda mais repercussão quando a imagem foi repostada no perfil oficial da Casa Branca no Instagram. A atitude despertou críticas severas sobre o uso institucional da simbologia religiosa. “Como representação dos Estados Unidos, ela não deveria zombar de nenhuma religião — muito menos daquela que eles afirmam ter trazido de volta à Casa Branca”, comentou uma usuária. E completou: “Jesus não está na Casa Branca. Judas Iscariotes está. Que vergonha inacreditável.”
Entre o luto e o espetáculo político
Em um momento de luto e reverência para milhões de católicos ao redor do mundo, após a morte do papa Francisco no último dia 21 de abril, aos 88 anos, Trump opta por transformar a transição papal em palco de autopromoção. Combinando ferramentas de inteligência artificial, estratégia visual e provocação calculada, o ex-presidente reafirma seu estilo de comunicação polarizador, no qual fé, poder e espetáculo político se confundem sem cerimônia.