Confirmando as expectativas, o ex-presidente Donald Trump venceu com facilidade a primeira batalha pela nomeação republicana na corrida pela Casa Branca, em Iowa, de acordo com projeções do jornal New York Times e da rede CNN. Os votos ainda estão sendo apurados, e a atenção se volta agora para o tamanho da vantagem do ex-presidente sobre o segundo lugar, e quem vai ocupar essa posição -Ron DeSantis ou Nikki Haley.
A previsão do tempo recalibrou as expectativas de uma participação expressiva no caucus (reunião com hora marcada em que os presentes escolhem um candidato) a favor de Trump, dono da base mais engajada. Para evitar surpresas, o ex-presidente passou o dia atacando seus oponentes e motivando seus chamados "capitães de caucus" -voluntários responsáveis por fazer uma defesa do empresário nas reuniões.
Esses representantes, cerca de 2.000, receberam bonés brancos e dourados, com as palavras "Capitão do Caucus do Trump", que rapidamente se tornaram itens de desejo da base Maga (Make America Great Again, slogan do empresário). A campanha pediu que cada um levasse ao menos dez pessoas para o caucus, além de fazer ligações durante o dia convencendo as pessoas a participarem.
É sua primeira vitória em Iowa em uma corrida disputada -em 2020, como incumbente, sua nomeação estava praticamente certa. Em 2016, ele perdeu para Ted Cruz no estado. Durante o dia, porém, o empresário afirmou, falsamente, que já venceu no estado duas vezes -ele até hoje não reconhece a derrota para Cruz. A vitória neste ano representa também a conquista de Trump do eleitorado conservador e evangélico, que desconfiava dele há oito anos.
Iowa tem um peso pequeno nas primárias republicanas: apenas 20 dos mais de 2.000 delegados que definirão o candidato do partido na Convenção Nacional, no meio do ano. Mas o estado, como largada da disputa há décadas, tem um peso simbólico para impulsionar ou derrubar candidaturas. Nesse sentido, o resultado desta noite é fundamental para aqueles que têm esperança em uma alternativa ao ex-presidente viável. A votação é questão de vida ou morte sobretudo para Ron DeSantis, que apostou todas as suas fichas no estado.
A campanha não conta com uma vitória, mas uma distância menor para Trump é essencial para mostrar que há alguma brecha para derrotar o ex-presidente. Um terceiro lugar será um fracasso praticamente impossível de se recuperar. A ex-governadora da Carolina do Sul buscou evitar criar expectativas de que pudesse ter um desempenho melhor, para não ter que lidar com um balde de água fria nesta segunda. Um segundo lugar a consolida como a alternativa a Trump e dá momentum à sua campanha antes de chegar a New Hampshire na próxima semana, onde ela está muito mais próxima do ex-presidente nas intenções de voto.
(Com informações da FolhaPress - Fernanda Perrin)