O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera alterar a classificação da maconha para uma categoria de menor risco, o que atenderia a pressões da indústria da cannabis. A informação foi revelada pelo The Wall Street Journal neste sábado (9).
De acordo com a publicação, o assunto foi tratado em um evento de arrecadação de fundos realizado no clube de golfe de Trump, em Nova Jersey, com ingressos de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) por participante. O encontro reuniu empresários do setor de cannabis, executivos da Pfizer, representantes do mercado de criptomoedas e conselheiros políticos ligados ao presidente.
MUDANÇA PODERIA AMPLIAR PESQUISAS E BENEFÍCIOS FISCAIS
Caso avance, a reclassificação diminuiria restrições para compra e venda, permitiria benefícios tributários e facilitaria pesquisas médicas sobre usos terapêuticos da planta. A medida é vista pelo setor como uma retomada da agenda do ex-presidente Joe Biden, que tentou implementar a mudança, mas não conseguiu concluir durante seu mandato.
POSIÇÃO PESSOAL X APOIO POPULAR
Apesar de nunca ter se posicionado como entusiasta do tema — Trump já disse sentir desconforto com o cheiro da maconha e lembrou o histórico de dependência do irmão —, o presidente demonstra abertura a pautas com grande respaldo popular. Pesquisas recentes indicam que cerca de 80% dos norte-americanos apoiam a reclassificação.
Em 2024, ele chegou a defender a legalização da maconha na Flórida, mas a proposta foi rejeitada por pequena diferença em um plebiscito estadual.
LOBBY BILIONÁRIO E RESISTÊNCIA
A indústria da cannabis vem destinando milhões de dólares a campanhas, consultorias e estratégias de aproximação com a Casa Branca para garantir a mudança. Ao mesmo tempo, grupos contrários reforçam argumentos de que a medida não traria impactos positivos para jovens nem para o mercado de trabalho.
POSSÍVEL MARCO NA POLÍTICA DE DROGAS
Se confirmada, a reclassificação representará uma das maiores mudanças na política de drogas dos Estados Unidos em décadas, com potencial para alterar profundamente o mercado e influenciar o debate político sobre a maconha no país.