Integrantes da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, de forma reservada, que a nomeação de Paulo Gonet para liderar a Procuradoria Geral da República proporcionará celeridade às investigações relacionadas à delação de Mauro Cid, bem como em outras frentes do núcleo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a nomeação de Gonet, há uma expectativa na Polícia Federal (PF) de retomada da chamada ''normalidade'' nos processos. Na prática, os interlocutores acreditam que o novo procurador não revisará ou confrontará decisões previamente validadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fontes da PF ouvidas pela jornalista Andréia Sadidi, do G1, que participam diretamente da delação de Cid, por sua vez, acreditam que, por Gonet ser próximo ao ministro Alexandre de Moraes, fiador da delação de Cid, a indicação de Gonet vai validar ainda mais o trabalho dos investigadores.
A expectativa na PF é de que as primeiras denúncias do caso tenham encaminhamento no primeiro semestre de 2024. Vale lembrar que para Gonet assumir o cargo é necessário passar por uma sabatina, agendada para 13 de dezembro.
Havia, entre os investigadores, temor de que Lula escolhesse um procurador-geral da República 'a la Aras', o que prejudicaria as apurações. Por exemplo, o Subprocurador Carlos Frederico, que chegou a ser cotado para o posto, já disse publicamente que as informações prestadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na delação eram ''fracas".