O prefeito de Curimatá, José Arlindo da Silva Filho (PR), é mais um gestor estadual a engrossar as estatísticas de cassações feitas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí desde o pleito de 2008. Ele foi julgado ontem no TRE-PI e perdeu o mandato por unanimidade - 6 votos a 0. O julgamento durou cerca de sete horas.
O próximo prefeito da cidade será eleito indiretamente pelos nove vereadores de Curimatá. José Arlindo ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE. O prefeito, conhecido como ?Zezinho da Cincal?, e seu vice, Lailson Guerra, foram denunciados por suposta compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2008.
A ex-prefeita Florenice Jacobina Brito também foi punida com multa de R$ 30 mil e três anos de inelegibilidade, contados a partir do pleito em questão. A Câmara Municipal deverá promover a eleição indireta 30 dias após a publicação do acórdão, obedecendo a Lei Orgânica do município, que determina eleição indireta para vacância do cargo com menos de dois anos do fim do mandato.
A Corte aceitou a denúncia de que José Arlindo teria colocado 30 servidores municipais em programas sociais, oferecendo repasses em dinheiro em setembro de 2008, no período vedado pela lei eleitoral. O julgamento teve como relator o juiz Sandro Helano.
O prefeito já havia sido condenado a 11 anos e 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, pela justiça do Paraná, e pediu que o cumprimento do restante da pena fosse em regime semiaberto. Ele tomou posse graças a um decreto da Câmara de Vereadores, que aumentou em 90 dias o prazo para que ele assumisse a Prefeitura.
Na época, o gestor estava preso em Pernambuco, acusado de roubo de cargas. Dos 224 prefeitos eleitos em 2008 no Piauí, a Justiça Eleitoral já cassou 52. Desse total, 24 continuam no cargo através de liminar.
Já foram realizadas 19 eleições suplementares e outras três estão agendadas para novembro: Alagoinha do Piauí, no dia 06, Caracol, no dia 13, e Prata do Piauí no dia 20.