O primeiro depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, em 28 de agosto de 2023, revelou a existência de três grupos em torno de Jair Bolsonaro após a vitória de Lula nas eleições de 2022.
O primeiro, composto por Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e o brigadeiro Baptista Júnior, queria que o ex-presidente admitisse a derrota e se tornasse líder da oposição. O segundo, mais moderado, incluía generais como Freire Gomes e Paulo Sérgio Nogueira, que rejeitavam qualquer tentativa de golpe, temendo um regime militar prolongado.
Grupo radical e a ‘doideira’
O terceiro grupo, formado por radicais, dividia-se em dois braços: um buscava provas de fraude eleitoral, com figuras como o major Angelo Denicoli e o senador Carlos Heinze, e outro defendia um “braço armado”. Cid não detalhou nomes desse segundo braço, mas mencionou que o grupo pressionava Bolsonaro a assinar um documento que anularia as eleições e prenderia autoridades, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Reunião no Alvorada e resistência dos comandantes
Em novembro de 2022, Bolsonaro apresentou a “doideira” aos comandantes militares no Palácio da Alvorada. O almirante Garnier, da Marinha, condicionou apoio ao Exército, enquanto o brigadeiro Baptista Júnior, da Aeronáutica, rejeitou qualquer golpe.
O general Freire Gomes, do Exército, afirmou que não havia provas de fraude e que um golpe resultaria em “um regime autoritário pelos próximos 30 anos”. Sem o respaldo dos comandantes, Bolsonaro não avançou com o plano.
Integrantes da ala radical
Cid citou nomes da ala radical, incluindo o ex-ministro Onyx Lorenzoni, o senador Jorge Seif, o ex-ministro Gilson Machado, o senador Magno Malta, o deputado Eduardo Bolsonaro e o general Mário Fernandes. Ele também mencionou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como parte desse grupo.
O ministro Alexandre de Moraes tem conhecimento desses detalhes desde agosto de 2023, e Cid já prestou mais de dez depoimentos desde então.
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