Duas acareações estão marcadas para a próxima terça-feira (24) no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. A primeira reunirá o tenente-coronel Mauro Cid e o general Braga Netto, ambos réus e apontados como integrantes do "núcleo crucial" da suposta organização golpista. Cid é delator e tem acordo de colaboração com a Polícia Federal.
A segunda colocará frente a frente o ex-ministro Anderson Torres, também réu, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que será ouvido como testemunha.
Pedidos de acareação
Os procedimentos foram solicitados pelas defesas de Anderson Torres e Braga Netto após os interrogatórios dos réus, realizados em 9 e 10 de junho.
A defesa de Torres alegou contradições nas declarações de Freire Gomes, testemunha do processo. Já os advogados de Braga Netto apontaram divergências entre os relatos do general e de Mauro Cid. O ministro Alexandre de Moraes autorizou as acareações na última terça-feira (17).
Esclarecimento de pontos
A acareação é um procedimento previsto na lei penal para esclarecer contradições entre depoimentos. Pode ocorrer entre acusados ou entre testemunhas, durante audiência com perguntas aos envolvidos. Tudo é registrado por escrito.
Fases do processo
A ação penal contra o "núcleo crucial" está na fase de diligências finais, após os interrogatórios. Em seguida, acusação e defesa apresentarão suas alegações finais. Após essa etapa, o julgamento será marcado, quando os ministros decidirão pela condenação ou absolvição dos réus. Em ambos os casos, é possível recorrer.