Trama golpista: Defesa pede transferência de general Mario Fernandes para Brasília

A defesa argumenta que a transferência permitiria que o general recebesse visitas de familiares.

O general da reserva Mario Fernandes, que foi secretário-executivo do ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) no governo de Jair Bolsonaro (PL), em foto de 2022 | Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A defesa do general Mário Fernandes, detido nesta semana sob acusação de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, solicitou à Justiça que ele seja transferido para uma unidade militar em Brasília, cidade onde reside.

Fernandes, que foi o número dois da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, foi preso na última terça-feira (19) no Rio de Janeiro enquanto participava de uma cerimônia de formatura de um filho oficial do Exército. Atualmente, ele está detido no Comando da Primeira Divisão do Exército, na capital fluminense. A defesa argumenta que a transferência para Brasília permitiria que o general recebesse visitas de familiares.

Acusações e investigações

Nesta quinta-feira (22), Fernandes foi formalmente indiciado em um relatório da Polícia Federal (PF). As investigações apontam que ele teria oferecido apoio material e financeiro, além de orientações, a participantes de manifestações antidemocráticas realizadas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. O general também é acusado de envolvimento em ações que visavam um golpe de Estado e o assassinato de autoridades.

Em mensagens interceptadas pela PF, Fernandes, em diálogo com o coronel Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que o general Walter Braga Netto fosse nomeado para o Ministério da Defesa. Braga Netto, que foi companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, já havia ocupado o cargo entre março de 2021 e abril de 2022, além de ter sido ministro-chefe da Casa Civil entre fevereiro de 2020 e março de 2021.

Relação com Bolsonaro

Mário Fernandes é um militar da reserva que conheceu o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019, durante uma agenda oficial no Comando de Operações Especiais (COpEsp) em Goiânia, base que abriga o grupo conhecido como "boinas pretas".

A prisão do general ocorre em meio a uma série de investigações sobre atos antidemocráticos e conspirações contra o Estado de Direito. As autoridades continuam apurando as denúncias e eventuais vínculos com outros indivíduos e grupos envolvidos nos episódios investigados.

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