Apesar do anúncio feito em abril de que é “candidatíssimo” à reeleição em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda enfrenta resistência dentro de sua base aliada, especialmente entre os partidos de centro e direita que compõem a coalizão governista: União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos.
Apoio condicionado ao acesso à máquina
Juntas, essas siglas controlam 11 ministérios e reúnem cerca de 240 deputados — quase metade da Câmara. Ainda assim, o apoio ao governo é instável. A prometida reforma ministerial não avançou, e casos como o recuo de Pedro Lucas Fernandes (União Brasil) ao cargo de ministro das Comunicações mostram a fragilidade da articulação política.
Segundo apuração da Folha de S.Paulo, a tendência é que essas legendas mantenham laços com o Planalto apenas até o fim do mandato, em busca de espaço e recursos. O PT, por sua vez, depende dessas alianças, mesmo que sejam voláteis e, por vezes, contraditórias.
União Brasil e PSD flertam com Tarcísio
No centro da ambiguidade está o União Brasil, partido dividido entre bolsonaristas, independentes e setores fisiológicos, mesmo ocupando três pastas. A recente aproximação com o PP, com quem articula uma federação, reforçou o tom oposicionista.
O PSD, liderado por Gilberto Kassab — que integra o governo paulista e defende publicamente a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) — também mantém distância estratégica, apesar da presença no primeiro escalão.
MDB, PP e Republicanos: presença no governo, ação nos bastidores
O MDB, embora abrigue aliados como Helder Barbalho e Renan Calheiros, segue dividido regionalmente, com forte oposição no Sul e Sudeste. Já PP e Republicanos, mesmo com cargos relevantes como a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Esporte, têm figuras-chave como Arthur Lira e Ciro Nogueira atuando para conter o avanço do governo.
Tarcísio de Freitas no radar da direita para 2026
Esse cenário favorece a consolidação do nome de Tarcísio de Freitas como alternativa viável para a unificação das forças conservadoras em 2026, caso Jair Bolsonaro seja de fato declarado inelegível. A viabilidade do governador paulista depende, no entanto, da popularidade de Lula nos próximos meses e da movimentação de partidos que ainda jogam dos dois lados.