A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello afirmou nesta sexta-feira (22) que trabalhadores assalariados também recebem o Bolsa Família porque são mal remunerados. Para Campello, ?pobre não é pobre porque não trabalha, é pobre porque trabalha, em geral, trabalha e recebe mal remunerado, é explorado?.
?A pessoa que trabalhar não tira o direito dela de estar no bolsa família [..] ao contrário nós queremos que as pessoas trabalhem e garantir que mesmo trabalhando recebam o bolsa família?, afirmou durante o programa "Bom Dia, Ministro", da televisão estatal EBC.
Na última terça-feira (20), a presidente Dilma Rousseff anunciou ampliação do programa Bolsa Família. A partir de agora, os beneficiários que tenham renda menor do que R$ 70 per capita (por pessoa) passarão a receber um complemento no benefício para que possam sair da extrema pobreza. O governo considera como extremamente pobres, miseráveis ou na pobreza absoluta as famílias cuja renda mensal por pessoa é inferior a R$ 70.
Segundo a ministra, todas as famílias registradas no cadastro único do programa saíram da miséria. Mesmo assim, segundo Campello, o beneficiário que conseguir "melhorar de vida" tem direito a permanecer no programa por mais dois anos.
?A pessoa melhorou de vida no mês passado, ela não é irregular, a lei garante que ela permaneça no programa por mais dois anos?, afirmou.
Uma das exigências que as famílias devem cumprir para entrarem no cadastro único do Bolsa Família, é assiduidade dos filhos de beneficiados na escola e a atualização do cartão de vacinas das crianças. No entanto, Campello concorda que o beneficiário tem dificuldade de acessar serviços de saúde e afirmou que o governo usa mapa do Bolsa Família para melhorar oferta no setor.
?As pessoas não descuidam da saúde porque querem, mas muitas vezes porque não conseguem ter acesso à saúde tanto quanto necessário.?