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Tornozeleira eletrônica de Bolsonaro teve de ser trocada em razão de violação

O alerta do equipamento foi registrado às 0h07, levando a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, responsável pelo monitoramento

Tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro foi violada e substituída | Foto: Folha Press
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A tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser substituída na madrugada deste sábado (22) após uma violação considerada grave por investigadores ouvidos pelo blog.

O QUE ACONTECEU

O alerta do equipamento foi registrado às 0h07, levando a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, responsável pelo monitoramento, a acionar imediatamente a equipe encarregada da segurança de Bolsonaro. A escolta confirmou o problema e realizou a troca do dispositivo pouco depois, às 1h09.

Ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar | Foto: Folha Press

De acordo com relatos de investigadores, houve uma tentativa de romper a estrutura da tornozeleira utilizando ferramentas de solda. A Polícia Federal fará a perícia para determinar como ocorreu a violação.

A ocorrência foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como um dos motivos para decretar a prisão do ex-presidente. Segundo Moraes, o Centro de Monitoração Integrada do DF informou a detecção da violação às 0h08. Em sua decisão, o ministro afirmou que o episódio evidencia uma intenção de fuga, supostamente facilitada pela mobilização organizada por um dos filhos de Bolsonaro.

DISTÂNCIA DA EMBAIXADA

Moraes ressaltou ainda que a residência do ex-presidente está a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul — percurso que poderia ser feito rapidamente de carro. O ministro relembrou episódios anteriores, como a permanência de Bolsonaro por duas noites na Embaixada da Hungria em 2024, após ser alvo de operação da Polícia Federal, e mencionou indícios de que ele teria cogitado buscar asilo na Embaixada da Argentina.

Segundo a Convenção de Viena de 1961, embaixadas são territórios invioláveis, o que significa que qualquer prisão no interior dessas representações depende de autorização do país sede.

Na decisão, Moraes também mencionou os deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, apontando que a saída deles do país reforçaria o temor de fuga do ex-presidente. Ele citou ainda que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderia gerar tumulto nas proximidades da residência, criando condições favoráveis para uma eventual tentativa de escape.

A Lei de Execução Penal determina que pessoas submetidas ao monitoramento eletrônico devem manter o equipamento em perfeito funcionamento, sendo proibido remover, danificar ou permitir que terceiros mexam na tornozeleira. Caso o dispositivo apresente falhas, o monitorado precisa receber a equipe técnica; se o problema persistir, o juiz é comunicado para adoção das medidas cabíveis.


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