Uma semana depois da retirada de pauta do Projeto de Lei das Fake News em sessão plenária da Câmara dos Deputados, após derrota do governo, o aplicativo de mensagens instantâneas Telegram enviou uma mensagem aos seus usuários em sua própria plataforma, atacando o projeto em discussão.
De acordo com a mensagem enviada na tarde desta terça-feira (9), a empresa afirma que, caso seja aprovado, o projeto de lei imporia "censura" e "acabaria com a liberdade de expressão" no país. Segundo o Telegram, o texto “matará a internet moderna” se entrar em vigor com a redação dada pelo relator, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).
“O Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão. O PL 2639/2929, que foi alterado recentemente para incluir mais de 20 artigos completamente novos que nunca foram amplamente debatidos”, diz a mensagem.
“Veja como esse projeto de lei matará a internet moderna se for aprovado com a redação atual. Caso seja aprovado, empresas como o Telegram podem ter que deixar de prestar serviços no Brasil”, continua a mensagem enviada pela rede social.
O Telegram enfrenta embate com a justiça brasileira, após não ter cumprido, segundo as autoridades, pedidos judiciais sobre identificação de usuários em grupos neonazistas na plataforma. Em uma das investigações da Polícia Federal, por exemplo, é apontado que um adolescente apontado como repsonsável por um ataque a escolas em Aracruz, no Espírito Santo, no ano passado, fazia parte de chats neonazistas através do Telegram.