TCU vê 'superfaturamento' na compra de blindados abaixo do padrão pela PRF

O relatório do TCU aponta para possíveis irregularidades na atuação de Silvinei Vasques que teria favorecido a empresa em contratações

Silvinei Vasques e Jair Bolsonaro | Reprodução
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O Tribunal de Contas da União (TCU) revelou indícios de superfaturamento e possível favorecimento na aquisição de veículos blindados por órgãos federais durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A investigação, desencadeada a partir de contratos firmados entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Federal (PF), o Ministério da Defesa e a Polícia Militar do Rio de Janeiro com a empresa Combat Armor Defense, revela um panorama preocupante.

A Combat Armor Defense, que teve representação no Brasil durante a gestão Bolsonaro, encerrou suas atividades no primeiro semestre de 2023, coincidindo com a troca de presidente para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o TCU, o braço americano da Combat Armor era uma empresa de papel, sem relação com a fabricação de blindados, vencendo pregões por favorecimento de agentes públicos.

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Durante o governo Bolsonaro, a Combat Armor venceu cinco pregões, totalizando um valor estimado de R$ 47,4 milhões. O relatório do TCU destaca que a empresa recebeu R$ 38,9 milhões da União, sendo R$ 33,5 milhões via PRF, em contratos questionados pela Corte.

Veículos de baixa qualidade

Além das suspeitas de superfaturamento, a Combat Armor também é acusada de entregar veículos blindados com qualidade abaixo do especificado nos termos de referência. Com o encerramento de suas atividades, a empresa teria deixado de cumprir prazos de entrega e realizar manutenções periódicas garantidas, gerando preocupações adicionais.

O relatório do TCU aponta para possíveis irregularidades na atuação de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, que teria favorecido a empresa em contratações. Silvinei Vasques, preso desde agosto de 2023, é acusado de interferir nas eleições de 2022 durante o segundo turno, quando a PRF realizou bloqueios em locais onde o candidato Lula havia sido mais votado. O documento evidencia correlações entre as ações de Vasques e os pagamentos à Combat Armor, indicando possíveis práticas ilícitas.

As revelações do TCU lançam luz sobre práticas questionáveis durante o governo Bolsonaro, exigindo investigações mais aprofundadas para a devida responsabilização dos envolvidos.

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