Taxa de renovação de mandato é superior a 60%

28 dos 30 deputados estaduais tentarão a reeleição nas eleições de outubro próximo, confirmando tendência a alto nível de manutenção dos mandatos na C

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Os 2 milhões de eleitores piauienses que irão votar no pleito de outubro deverão escolher poucas caras novas para ocupar as cadeiras da Assembleia Legislativa do Piauí.

Dos 28 deputados estaduais que concorrerão à reeleição, mais de 60% têm seus mandatos renovados. A estimativa feita pelo cientista político Ricardo Arraes também é observada pelos corredores da Alepi, onde além de parlamentares com vários mandatos seguidos, a continuidade se dá ainda com a vitória de lideranças ligadas a ex-membros da Casa.

Até o momento, apenas os deputados Assis Carvalho (PT) e Xavier Neto (PR) assumiram que não pretendem mais atuar na Assembléia. O objetivo de Assis, ex-secretário estadual de Saúde, é traçar voos mais altos e tentar se eleger na Câmara Federal.

?Foi uma decisão bastante amadurecida no seio do meu partido. Minhas lutas a favor da Saúde e dos aposentados serão mais úteis na Câmara?, ponderou. Já Xavier, que está a sete mandatos na Alepi, se prepara para concorrer à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).

Outros nomes - Como o do presidente da Assembleia, Themístocles Sampaio Filho (PMDB), cotado para ser vice-governador tanto em chapas governistas como oposicionistas e a deputada Ana Paula (PMDB), cujo irmão, o ex-prefeito Chico Filho, é constantemente cogitado como seu substituto na eleição - ainda têm o destino político como uma incógnita mas oficialmente preferem declarar a reeleição na Assembleia.

O deputado e ex-secretário estadual de segurança, Robert Rios, descarta uma candidatura ao Senado e à Câmara Federal, apesar de já ter considerado as possibilidades como um caminho palpável.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Piauí, Ricardo Arraes, pontua que o Piauí possui uma pecualiridade quando se trata da renovação para a Alepi. ?A renovação de lideranças se dá no seio da elite política e raramente entra alguém de fora?, diz.

Segundo ele, o nível de renovação de mandatos é alto, ultrapassando a porcentagem de 60%, enquanto o nível de renonação de lideranças fica entre 30% e 40%.

?Candidatos outsiders, que fogem desse padrão, são raros, como a falecida deputada Francisca Trindade (PT). É preciso andar muito no interior do Estado, ter dinheiro, pois as eleições estão cada vez mais caras e converter isso em votos?, argumenta Arraes.

Ele lembra que a transferência de votos é uma realidade no Estado e a quantidade de filhos e parentes de antigos integrantes da Assembleia que são eleitos como parlamentares indica uma ?oligarquização? dos quadros políticos.

?Na Câmara Federal a renovação é ainda mais difícil. A atual estrutura eleitoral faz com que a oligarquização fique mais sólida?.

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