O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta terça-feira que deixará o governo no próximo dia 10 de fevereiro. Segundo o ministro, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu quem será seu substituto, mas avalia duas possibilidades: o nome do secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, e o do deputado federal José Eduardo Carodozo (PT-SP).
Com a garantia do presidente Lula em seu palanque, o chefe da pasta da Justiça justificou sua saída prematura do governo - mais de dois meses antes do prazo final estabelecido pela Justiça Eleitoral - a "especificidades" do Rio Grande do Sul.
"Além de ser um Estado muito complexo politicamente, com regiões muito diferenciadas internamente, é um Estado muito politizado. Então a minha presença (...) é importante. (O presidente) Disse que estará junto de mim para que ganhemos as eleições no Rio Grande do Sul", afirmou o ministro após encontro com o presidente Lula no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória da Presidência da República em Brasília.
Apesar de ter destacado que não fez a Lula uma indicação formal para seu sucessor, Tarso Genro disse que tanto Barreto quanto Cardozo são "nomes absolutamente compatíveis" para chefiar o ministério até o final de 2010. "O presidente ainda não decidiu (o sucessor). Ele fez uma avaliação do quadro todo, (...) mas ele só vai fazer a opção dois, três dias antes do dia 10.
Não sugeri ao presidente nenhum nome porque é uma responsabilidade de Estado que tem que ser totalmente assumida pelo presidente e respeitada pelo ministro que sai", disse Tarso. "O que eu disse para o presidente é que tanto o nome do Luiz Paulo quanto o nome do José Eduardo são nomes absolutamente compatíveis.
O Luiz Paulo é o meu companheiro de trabalho durante três anos, um gestor eficiente, um quadro do serviço público de alto nível, e o José Eduardo Martins Cardozo é um nome que todos vocês conhecem, é um professor, jurista qualificado, deputado", afirmou.
Em ano eleitoral em que o governo federal quer eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sucessora do presidente Lula, Genro minimizou a queda de destaque da Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, e disse que os policiais continuam trabalhando ativamente.
Sobre o sentimento de deixar o governo que por sete anos integrou, afirmou: "Estou com duplo sentimento, um sentimento de perda. Faz sete anos que estou no governo, mas ao mesmo tempo estou muito feliz porque o presidente reconheceu que a nossa missão foi bem cumprida no ministério e que já tenho condições de dedicar a meu Estado".