No cenário policial, as duas principais facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), voltam a ocupar as manchetes. Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros, sob reserva, recordam uma intensa articulação que frustrou as pretensões dessas organizações de retomar visitas íntimas em presídios federais.
Além da suposta necessidade de preservar laços familiares, as visitas sem intermediação de um parlatório são cruciais para a troca de informações e ordens criminosas. Em 2019, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, impediu essas visitas, suscitando retaliação imediata. A Sintonia da Restrita, grupo do PCC encarregado de "missões especiais", incluiu Moro como alvo da facção, conforme revelado por uma reportagem.
O embate judicial teve início em 2018, quando a ONG Anjos da Liberdade, suspeita de ligação com o crime organizado, acionou o Supremo para contestar a constitucionalidade da proibição das visitas íntimas em presídios federais. A reportagem aponta para a atuação decisiva de integrantes do PT e do STF para frustrar os planos das facções.
Ministros do STF, que falaram sob anonimato, afirmam que membros do PT e da própria Corte foram cruciais no desfecho do pedido judicial. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, inicialmente apoiou o recurso da ONG após esta ter sido considerada ilegítima para recorrer ao Supremo. Posteriormente, ministros mais antigos da corte e petistas influentes agiram para esvaziar o caso.
Em 2023, PT e Edson Fachin, relator do processo, entenderam que a discussão sobre visitas íntimas perdeu seu objeto, pois o pacote anticrime já disciplinava as interações entre detentos em presídios federais. Apesar da justificativa jurídica, ministros do STF afirmam que o risco de facilitar a vida das facções criminosas motivou a costura política para encerrar o julgamento de uma vez por todas.
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