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STF encerra fase de interrogatórios dos réus da ação que investiga tentativa de golpe

STF conclui interrogatórios sobre a tentativa de golpe. Veja os principais trechos dos depoimentos de Bolsonaro, Mauro Cid, Anderson Torres e outros réus.

STF encerra fase de interrogatórios dos réus da ação que investiga tentativa de golpe | Foto: Reprodução
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O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos oito réus apontados como integrantes do núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado que visava manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

As oitivas fazem parte da ação penal que investiga articulações golpistas ocorridas no período pós-eleitoral. Confira os principais trechos dos depoimentos:


1. Jair Bolsonaro — Ex-presidente da República

Bolsonaro negou participação em qualquer plano de ruptura institucional. Disse que as reuniões com militares tratavam de “alternativas constitucionais” e que não havia ambiente político para um golpe.

“Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa.”

Afirmou que se recolheu após a derrota nas urnas e não incentivou protestos:

“Eu pacifiquei ao máximo que pude. Fiquei recluso no Alvorada.”

Sobre os atos de 8 de janeiro:

“Quem pede AI-5 é maluco. Isso não existe. É pedir para o senhor praticar o suicídio.”

Pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por declarações feitas em 2022:

“Me desculpe, senhor ministro. Não tinha qualquer intenção de acusar os senhores de desvio de conduta.”


2. Mauro Cid — Ex-ajudante de ordens

Delator no processo, Cid afirmou que Bolsonaro teve acesso à minuta de decreto golpista e pediu alterações no texto:

“Ele pediu para tirar os nomes de ministros e deixar só Alexandre de Moraes.”

Segundo Cid, o ex-presidente buscava saber se teria respaldo das Forças Armadas para seguir com o plano.


3. Anderson Torres — Ex-ministro da Justiça

Torres declarou que a minuta encontrada com ele foi descartada e negou intenção de colocá-la em prática:

“Não dei sequência à minuta. Foi algo que chegou, mas não avancei.”


4. Augusto Heleno — Ex-ministro do GSI

Afirmou que as reuniões com Bolsonaro eram informais e negou que tenham tratado de ruptura institucional. Disse ter solicitado o adiamento do depoimento por estar exausto.


5. Almir Garnier — Ex-comandante da Marinha

Negou ter recebido ordens para apoiar qualquer medida golpista e afirmou que Bolsonaro não lhe ofereceu cargos ou controle sobre tropas:

“Em hipótese alguma colocaram as tropas à minha disposição.”


6. Paulo Sérgio Nogueira — Ex-ministro da Defesa

Pediu desculpas públicas a Alexandre de Moraes por críticas feitas em 2022:

“Foram palavras mal colocadas. O TSE não era inimigo.”


7. Walter Braga Netto — Ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice

Braga Netto rejeitou as acusações de ter ordenado ataques a comandantes militares e afirmou que as mensagens citadas pela PGR foram retiradas de contexto:

“Jamais ordenei ou coordenei ataques a nenhum dos chefes militares.”

Sobre a entrega de uma caixa de vinho com dinheiro a militares, disse que acreditava se tratar de despesas de campanha:

“Não pedi dinheiro, não entreguei dinheiro. Achei que era coisa de campanha.”


8. Alexandre Ramagem — Deputado federal e ex-diretor da Abin

Negou ter vazado informações sigilosas a Bolsonaro ou participado de articulações golpistas:

“Nunca passei informações para o presidente. Nem sabia da minuta.”

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