Nesta sexta-feira (20), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ministro do Planejamento do governo interino do presidente Michel Temer, Romero Jucá. O ministro é investigado por um suposto desvio de verbas federais em obras municipais.
O inquérito contra o ministro foi aberto em 2004 pelo Ministério Público e foram pedidos dados referentes ao período entre marcço de 1998 a dezembro de 2002.
O advogado do ministro, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que ainda não foi notificado da decisão. Ele afirma que, desde o início do caso, os sigilos foram colocados à disposição da Justiça.
Em entrevista nesta sexta-feira (20), durante o anúncio da proposta de meta fiscal do governo, Jucá afirmou que não é demérito ser investigado e se disse "muito tranquilo".
“Estou muito tranquilo quanto a qualquer investigação. Fiz questão de prestar informações ao Ministério Público Federal. Estamos em uma democracia. Qualquer servidor público pode ser investigado. Não é demérito ser investigado, demérito é ser condenado. Não tenho nenhuma relação sobre essas questões colocadas. Estou muito tranquilo. Se não estivesse não teria assumido a presidência do PMDB e comprado a briga do impeachment da presidente Dilma. Fiz isso ciente dos ataques que iria receber", declarou.
Acusação
O inquérito aponta que Jucá, como senador, elaborava emendas parlamentares (verbas inseridas no Orçamento por deputados e senadores) direcionando recursos federais para o município de Cantá (RR).
A Procuradoria Geral da República diz ter evidências de que o prefeito da cidade na época dos fatos, Paulo Peixoto, teria realizado licitações superfaturadas e repassado a Jucá parte das verbas, a título de comissão pela apresentação das emendas.