Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) enxergam um ambiente 'ruim" para o ex-juiz, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL) e hoje senador, Sergio Moro (União Brasil-PR). Segundo a avaliação dos magistrados, a chance do parlamentar manter seu cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é classificada como "pequena".
Aliados do senador ainda têm esperanças de que ele tenha um destino diferente do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve seu mandato cassado recentemente por votação unânime no TSE. Porém, os ministros pontuam que o caso de Moro é diferente do de Dallagnol.
O TSE enquadrou Dallagnol na Lei da Ficha Limpa, identificando que ele solicitou exoneração do Ministério Público Federal (MP) antes do prazo previsto na lei eleitoral para evitar punição em possíveis processos administrativos. A ação movida contra Moro, protocolada pelo PL e PT no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) afirma que o senador teria cometido o crime denominado como uso exacerbado de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2022.
Sérgio Moro nega ter praticado qualquer irregularidade e defende que a ação movida contra ele é de natureza política, com a finalidade de "punir um desafeto". Entretanto, os ministros do STF reiteram que, embora haja diferenças entre casos, o cenário para o ex-juiz não é favorável. A análise é de que sua postura menos confrontadora como agente público, em comparação com sua atuação como juiz, não será suficiente para assegurar sua permanência no posto.
O processo contra Moro ainda está em fase primária no TRE-PR e, considerando os comentários de bastidores, deve demorar para chegar no TSE. No caso de uma eventual invalidação de mandato, há a possibilidade dele recorrer à Corte.