THAÍSA OLIVEIRA-BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As bancadas do Solidariedade e do Pros -que estão em processo de fusão- anunciaram nesta sexta-feira (25) que vão apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara. Com a decisão, já chega a seis o número de partidos com apoio declarado ao deputado federal alagoano.
Na quarta (23), Lira conseguiu o compromisso público da União Brasil e do Podemos. Na terça (22), o Republicanos aprovou a posição pró-Lira, e o PDT anunciou um indicativo de preferência ao parlamentar. A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados será em 1º de fevereiro.
O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força, e o presidente do Pros, Eurípedes Gomes Júnior, afirmam que a decisão leva em conta o fato de Lira representar "a unidade que o Brasil precisa para voltar a crescer", e o "conjunto de forças em defesa da democracia, do emprego e do crescimento econômico do país".
"Desde o início da campanha do presidente Lula, defendemos a união dos partidos em prol de um país desenvolvido e justo para todos os brasileiros. Agora em processo de incorporação, o Solidariedade e o Pros continuam acreditando que apenas com diálogo podemos ajudar o novo governo a trabalhar melhor", dizem em nota.
Solidariedade e Pros integraram a coligação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Juntos, os dois partidos terão oito deputados federais no ano que vem. As siglas anunciaram a fusão logo após o primeiro turno das eleições para superar a cláusula de barreira e ter direito a verba pública e tempo de propaganda.
Além dos seis partidos que declararam apoio a Lira, outras siglas já sinalizaram ao presidente da Câmara que vão aderir ao projeto de reeleição do deputado alagoano.
O PSD comunicou a Lira que a nova bancada do partido, com 42 deputados, votará em peso pela recondução na presidência. Uma ala do MDB também indicou preferência pela reeleição. O PL deve anunciar o apoio nos próximos dias.
A bancada do PV também pretende formalizar apoio a Lira, em anúncio que deve ser feito separadamente de um eventual respaldo da federação (que inclui PT e PCdoB). O partido de Lula deve se reunir para tratar da questão na próxima semana.
Parlamentares do PT estão resignados com a possível vitória de Lira e discutem apoiar a reeleição do deputado, para não criar indisposição entre o presidente da Câmara e o futuro governo petista.
"[O presidente da Câmara tem tido] uma postura extremamente colaborativa. O presidente Arthur Lira reafirmou sua trajetória política de 30 anos, que sempre foi republicana, comprometida com os interesses do país", disse à Folha de S.Paulo o líder do PT, Reginaldo Veras, na quarta.
Duas semanas após o resultado das eleições, Lira recebeu Lula na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília. Como mostrou a Folha, o petista afirmou que não vai interferir na escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, reforçando as chances de aliança.
Enquanto Lira se movimenta nos bastidores para tentar se reeleger, partidos aliados de centro e de direita negociam a criação de um blocão na próxima legislatura para garantir às siglas a presidência das principais comissões.