O prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, voltou a gerar controvérsia ao endossar a operação policial realizada no Rio de Janeiro, que deixou 122 mortos, entre eles cinco agentes de segurança. As declarações foram feitas nesta terça-feira (8), durante um seminário dedicado ao debate sobre segurança pública.
CRÍTICAS ÀS VÍTIMAS DA AÇÃO
Diante do público, o petista sustentou que a intervenção ocorreu em áreas dominadas pelo crime e defendeu a atuação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Segundo ele, “o Bope só matou otário” — comentário que rapidamente provocou reações da plateia.
Quaquá argumentou que o Estado precisa atuar de forma mais incisiva nesses territórios:
“Ou a gente entra nesses territórios para mudar a prática e a vida do território e libertar a vida do povo... se a gente não faz isso, ninguém o fará. É óbvio que a polícia do Rio, o Bope, só matou ali otário, vagabundo, bandido”, declarou.
O prefeito ainda afirmou que entre os mortos não haveria nenhum “trabalhador”, reforçando que todos seriam “bandidos”.
REAÇÃO DO PÚBLICO
As declarações geraram protestos imediatos na plateia. Parte dos presentes contestou o discurso do prefeito, chamando-o de “mentira”.
Uma mulher afirmou que uma das vítimas, encontrada degolada, era pedreiro e trabalhador, acusando o político de distorcer os fatos.
Quaquá rebateu a manifestante com irritação:
“Você vai ouvir eu falar ou vai ficar berrando? Então, era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros”, respondeu.