O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, após ser capturado no Paraguai ao tentar deixar o país utilizando documentos falsos. Condenado na semana passada por participação na tentativa de golpe de Estado de 2022, ele teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diante da tentativa de fuga.
CAPTURA NO PARAGUAI
Silvinei foi detido no aeroporto internacional de Assunção, na noite de Natal, quando se preparava para embarcar com destino a El Salvador. Com aparência alterada, usando óculos e portando um passaporte falso em nome de um cidadão paraguaio, ele levantou suspeitas das autoridades locais. Após checagem das digitais — que não coincidiram —, a identidade foi confirmada com base em uma pinta no pescoço, e o ex-diretor acabou confessando. Preso por uso de documento falso, foi expulso do Paraguai e entregue a policiais brasileiros na Ponte da Amizade.
TRANSFERÊNCIA PARA BRASÍLIA
Após passar a noite na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Silvinei embarcou, na manhã deste sábado (27), em uma aeronave da PF com destino à capital federal. Ele desembarcou por volta das 13h no hangar da Polícia Federal em Brasília, escoltado por agentes, sem algemas, e foi conduzido para exame de corpo de delito antes de seguir para o sistema prisional.
PAPUDINHA
O ex-diretor da PRF ficará detido no 19º Batalhão da Polícia Militar, conhecido como “Papudinha”, unidade do Complexo da Papuda destinada à custódia de policiais, militares e autoridades. Silvinei ainda não havia iniciado o cumprimento da pena, já que havia recursos pendentes no STF quando tentou deixar o país.
CONDENAÇÃO NO STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou Silvinei Vasques a 24 anos e 6 meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de 2022. Os ministros entenderam que ele determinou a instalação de barreiras da PRF no Nordeste durante o segundo turno das eleições para dificultar o deslocamento de eleitores em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva tinha maior votação.
PEDIDO DA DEFESA
Neste sábado (27), a defesa solicitou ao STF que Silvinei cumpra a prisão em Florianópolis ou São José, cidades de Santa Catarina de onde ele teria saído na véspera de Natal para tentar fugir. O pedido ainda será analisado pela Corte.