Nesta segunda-feira (30), a presidente afastada, Dilma Rousseff , fez novamente críticas contundentes ao governo interino de Michel Temer durante um evento na Universidade de Brasília. Segundo ela, Cunha “está cada dia mais vivo” no governo do PMDB. Dilma destacou ainda que os mais pobres “vão pagar o pato” da crise que a retirou do Planalto e se referiu ao processo de impeachment como um “golpe frio” a ser combatido dentro da democracia.
“O golpe tem dois motivos: um é parar a Lava-Jato, o outro é impedir que nós continuemos com a nossa política de inclusão social”, disse.
A presidente afastada comentou as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e disse que há um “silêncio estarrecedor” nesses áudios sobre as justificativas formais do impeachment, que são decretos orçamentários e as pedaladas fiscais no Plano Safra.
“Nas gravações também tem um silêncio estarrecedor. As gravações, que dizem tanto, não gravam nenhuma frase que diz respeito a seis créditos suplementares ou ao Plano Safra. Não há uma única palavra a esse respeito. Mas há uma farta conversa a respeito de evitar que a sangria os atinja”, disse Dilma.
Dilma Rousseff falou também da saída do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, e disse que o áudio gravado com ele mostra que a ideia de mudar o nome da CGU tinha o objetivo de acabar com a transparência.
“Fiquei achando muito estranho que eles tivessem transformado (a CGU) em Ministério da Transparência. Primeiro pensei: deve ser jogada de marketing. Tenho certeza agora que se tratava de transformar em obscura a transparência”, disse.