A senadora Marina Silva durante debate sobre clima e meio ambiente em Brasília, pouco antes de anunciar sua saída do PT (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil) Depois de desfalcar a bancada do PT, partido no qual militou desde a juventude, a senadora Marina Silva (AC) pode agora causar danos à sigla também nas urnas. Pelo menos é nisso que aposta o vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, um dos articuladores da filiação de Marina ao partido.
“Ela vai tirar votos do PT e do PSDB. Vai tirar do PT porque ela é mulher e originária deste partido e vai tirar votos do PSDB porque tem a simpatia da classe média do Centro-Sul”, disse Sirkis ao G1. Pelo PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é apontada como possível candidata do partido à Presidência. No PSDB, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) aparecem como os nomes mais fortes para entrar na disputa. Marina, que se filia neste domingo (30) ao Partido Verde, ainda não confirmou se sairá candidata à Presidência da República no ano que vem.
No partido, porém, a candidatura da senadora não é vista como uma possibilidade, mas como fato consumado. O presidente da sigla, José Luiz Penna, disse que a prioridade atual do PV é montar uma estrutura de alianças capaz de viabilizar a candidatura. “Os próximos planos são eleger Marina presidente e montar uma belíssima bancada de deputados federais.” O PV tem 14 parlamentares. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) diz que uma candidatura própria do partido é importante para ampliar o leque de escolhas dos eleitores. “Não entramos na campanha para prejudicar ninguém. Queremos enriquecer o eleitor com várias alternativas”.
Para ele, a entrada de Marina Silva vai fortalecer o PV. “Nós esperamos que a Marina contribua com o processo de refundação do partido. A entrada dela vai intensificar as bandeiras do PV, de desenvolvimento sustentável, na pauta do Legislativo”, afirmou. Alianças Segundo o presidente do partido, , o PV vai tentar alianças com partidos que se identificam com a defesa do meio ambiente. “Vamos afinar internamente, fazer a filiação da senadora e começar uma discussão de programa de alianças. Não vamos fazer política convencional de lotear o poder”, afirmou Penna. “A vinda da senadora [para o PV] é algo previsível e já se fazia tarde porque ela é ligada, por exemplo, a Chico Mendes, que foi um dos primeiros ativistas do PV”, afirmou Penna.
Gabeira disse que o PV já se movimenta para conquistar o apoio de outros partidos nas eleições para presidente, governador e Legislativo, em 2010. “Já estamos falando com alguns partidos, partidos pequenos, que se identificam com o PV”, disse.