A senadora licenciada Patrícia Saboya (PDT-CE) passou por problemas nesta quinta-feira ao desembarcar no aeroporto de Fiumicino, em Roma. A senadora foi retida pela polícia italiana após passar pela alfândega. A senadora contou por telefone a jornalistas que a confusão começou durante o voo que saiu de Fortaleza para a capital italiana.
Na viagem, a acompanhante da senadora, que tem rinite alérgica, espirrou por três vezes. Um dos passageiros ficou incomodado e, aos gritos, pediu que ela fosse retirada da aeronave. Os comissários conseguiram controlar o tumulto e, segundo a senadora, o voo prosseguiu. Ao desembarcar, ela e a acompanhante foram abordadas pela polícia de imigração e chamadas para uma nova revista nas bagagens.
Pelos menos dez policiais cercaram as duas. A senadora tentou argumentar que era parlamentar, mas foi informada que por lá apenas embaixadores tem tratamento diferenciado.
Patrícia acionou a Embaixada brasileira, mas sem conseguir uma assistência imediata, acabou fazendo o que classificou de "barraco". A senadora relatou que começou a gritar para constranger os policiais. A estratégia acabou funcionando e ela e amiga foram liberadas.
A senadora viajou para acompanhar um casamento em Roma.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), divulgou nota de protesto afirmando que a senadora passou por maus tratos e constrangimentos.
"Venho a público protestar contra maus tratos e constrangimentos impostos pela polícia italiana à senhora Patrícia Saboya, detida, sem maiores explicações no aeroporto de Fiumicino, em Roma. Considero este ato uma prova de desrespeito ao Poder Legislativo e à condição de mulher brasileira e exijo explicações das autoridades competentes do país europeu", diz o documento.
A senadora se licenciou em julho por quatro meses para se submeter a tratamento das cordas vocais. Na campanha para a Prefeitura de Fortaleza em 2008, Patrícia chegou a ter problemas na voz.