Senador rebate ataque homofóbico de empresário em discurso na CPI

O discurso foi proferido pelo parlamentar na abertura da sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (30)

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O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protestou contra uma frase homofóbica postada em rede social pelo empresário bolsonarista Otávio Fakhoury. O discurso foi proferido pelo parlamentar  na abertura da sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (30), na qual o empresário era depoimente.

Contarato se referiu à mensagem em que  Fakhoury apontava um erro de ortografia cometido pelo senador, também em uma rede social. Na publicação, o parlamentar tinha comentado o depoimento à CPI, em maio, do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten.

Contarato rebate ataque homofóbico durante discurso na CPI (Foto: Reprodução)

Contarato escreveu que Wajngarten deveria ser preso e que, no depoimento, havia se configurado "estado fragancial (sic)". "O delegado [Contarato], homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o 'perfumado' que lhe cativou?", escreveu o empresário bolsonarista.

Contarato, que é casado com um homem e tem dois filhos, disse para Fakhoury: "O senhor não é um adolescente. O senhor é casado, tem filhos. A sua família não é melhor que a minha", afirmou o senador.

Contarato também pediu que a Polícia Legislativa investigue Fakhoury por homofobia. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu que o Ministério Público Federal seja informado sobre "ocorrência de eventual crime de homofobia por parte do depoente".

Contarato discursou da cadeira da presidência da CPI, cedida pelo presidente, Omar Aziz (PSD-AM) para dar destaque à fala. Com a voz embargada, dirigindo-se a Fakhoury, afirmou:

"Eu aprendi que a orientação sexual não define caráter, a cor da pele não define o caráter, poder aquisitivo não define caráter", disse. "Eu sonho com o dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual. Sonho com o dia em que meus filhos não serão julgados por ser negros. Eu sonho com um dia em que minha irmã não vai ser julgada por ser mulher e que o meu pai não será julgado por ser idoso", declarou o senador.

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