Senador quer incluir na Constituição, direito ao acesso à internet

Internet contribui para formação dos cidadãos e deve virar direito, diz

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) | Divulgação
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O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) protocolou no Senado uma proposta para incluir na Constituição Federal o direito de acesso à internet a todos os cidadãos. Para o senador socialista, a rede mundial de computadores contribui de maneira importante para a ?formação pessoal, intelectual e profissional dos cidadãos? e por isso deve se tornar um direito social dos brasileiros.

Rollemberg propõe modificar o artigo 6 da Constituição, que trata dos direitos sociais. Pela proposta, o artigo passaria a ter a seguinte redação: ?São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, ?o acesso à rede mundial de computadores (internet)?, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da Constituição?.

Apresentada no final da tarde desta quarta-feira (2), a matéria será analisada e votada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em dois turnos antes de ser enviada ao plenário. Se for aprovada pelos senadores, a proposta ainda terá de receber o aval da Câmara para só então ser promulgada pelo Congresso e virar lei.

Para convencer os colegas a aprovar a proposta, Rollemberg levantou dados que mostram a situação de acessibilidade à internet no Brasil. Enquanto o percentual da população com acesso à web em países como Austrália, Holanda, Suécia e Islândia é de cerca de 70% a 90%, a parcela com acesso à rede no Brasil fica abaixo da do Chile (28,9%), Uruguai (20,6%) e Argentina (17,8%).

?O pior é que essa média baixa de inclusão digital encobre desigualdades extremas?, argumenta Rollemberg no projeto.

O senador ainda lembra estudos especializados que comparam o acesso à internet em escola públicas e privadas. ?No ensino fundamental, apenas 17,2% dos alunos das escolas públicas usam a internet, ao passo que, nas escolas particulares, esse número sobe para 74,3%?, diz o texto da proposta. Entre estudantes de ensino médio, a inclusão digital representa 37,3% das escolas públicas contra 83,6% nas privadas.

Tornar o acesso à internet um direito constitucional dos brasileiros não garante imediatamente a proliferação da rede no país, diz. Segundo o senador, o Congresso e o próprio governo federal devem trabalhar após a criação do novo direito para estabelecer políticas de acessibilidade.

Felicidade

Em novembro do ano passado, a CCJ do Senado aprovou uma proposta de emenda à Constituição para incluir o termo ?busca da felicidade? na Constituição Federal. A matéria ainda está em discussão no Congresso. Pela proposta, os direitos sociais como educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, entre outros passam a ser ?essenciais para a busca da felicidade?.

O autor do projeto, Cristovam Buarque (PDT-DF), argumenta na justificativa que a intenção é prever na Constituição que o cidadão tem o direito de buscar a felicidade e que o estado tem de prover os direitos sociais para prover isso. Ele destaca que a ?busca da felicidade? pressupõe a felicidade coletiva.

?Evidentemente, as alterações não buscam autorizar um indivíduo a requerer do Estado ou de um particular uma providência egoística a pretexto de atender à sua felicidade. Este tipo de patologia não é alcançado pelo que aqui se propõe, o que seja, repita-se, a inclusão da felicidade como objetivo do Estado e direito de todos?, argumenta Buarque.

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