O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu nesta segunda-feira que a defesa da presidente Dilma Rousseff encurte o prazo para apresentação das suas alegações finais para fazer com que o julgamento final do impeachment ocorra durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Pelo calendário atual, o julgamento ocorreria na semana seguinte.
“Quero anunciar aqui que vou conversar com o ex-ministro José Eduardo Cardozo, porque estão querendo colocar a votação final do processo do impeachment na semana depois do fim da Olimpíada. Eu vou defender internamente que a defesa abra mão de uma semana para que nós votemos ainda na Olimpíada, porque eles estão querendo é fugir aqui do impacto internacional, porque todo mundo está tratando disso que está acontecendo no Brasil como um golpe, um golpe parlamentar. A repercussão no mundo inteiro é essa. E agora eles não querem misturar com a Olimpíada. Eu acho que é importante, sim, que o mundo acompanhe o que está acontecendo que é a desmoralização por conta desse processo de impeachment”, afirmou Lindbergh, em discurso na tribuna do Senado.
A defesa chegou a recorrer ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o prazo de 15 dias para as alegações finais após a comissão ter reduzido essa fase a 5 dias. Pelo calendário, a defesa seria entregue no dia 27 de julho, a comissão concluiria seus trabalhos na semana seguinte, o plenário avaliaria a acusação no dia 9 e o julgamento final ocorreria a partir do dia 22, dia seguinte ao final dos Jogos.
O petista disse ainda que os senadores da comissão defendem que Dilma não compareça ao depoimento, marcado para essa quarta-feira. Eles argumentam que a presença dela daria legitimidade aos trabalhos da comissão, que eles contestam. A presidente ainda não informou se comparecerá ou não. Caso ela não esteja presente, poderá ser representada pelo advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo.