O senador estadual republicano da Califórnia Roy Ashburn afirmou nesta segunda-feira (8) que é gay, terminando com dias de especulação desde que foi preso na semana passada acusado de dirigir bêbado.
Ashburn, que repetidamente votou contra medidas pró-direitos gays durante seus 14 anos de parlamentar, fez a confissão em uma entrevista à rádio KERN, de Bakersfield, região californiana que representa no Senado local.
Depois de sua prisão, ocorrida próximo ao Capitólio estadual, em Sacramento, apareceram boatos de que ele havia visitado um clube gay naquela noite.
"Eu sou gay. Estas são as palavras que foi tão difícil dizer por tanto tempo", disse ele à conservadora apresentadora Inga Barks.
Com 55 anos e pai de quatro filhos, ele afirmou que tentou manter sua vida pessoal separada de sua vida pública até o episódio da prisão, ocorrido no dia 3.
"Quando eu cruzei a linha, quebrei a lei e coloquei pessoas em risco, é diferente, e eu devo uma explicação", disse.
Ashburn foi preso depois de ter sido flagrado dirigindo de maneira perigosa próximo ao Capitólio, segundo a policia rodoviária da Califórnia. Um teste de bafômetro mostrou que ele tinha bebido mais que o permitido pela lei estadual.
No dia seguinte, apareceram relatos de que ele tinha acabado de sair do Faces, um clube gay, com um passageiro homem em seu carro oficial.
"A melhor maneira de lidar com isso é ser verdadeiro e dizer aos meus eleitores e a todos que importam que eu sou gay", disse. "Mas eu não acho que isso seja algo que afetou, ou vai afetar, como eu faço meu trabalho."
Ashburn votou repetidas vezes contra várias medidas que aumentavam os direitos dos homossexuais, incluindo os esforços para expandir leis antidiscriminação e para reconhecer casamentos gays. No ano passado, ele se posicionou contra uma lei que criava um dia para celebrar o ativista gay Harvey Milk.
O Equality California, grupo que defende os direitos dos homossexuais, deu várias vezes a Ashbur uma nota "zero" em suas avaliações sobre como os parlamentares votam em relação às questões gays.
O senador argumentou que seu votos refletiam o pensamento de seu eleitorado, e não necessariamente suas próprias posições. Ele disse que vai manter essas posições.
Na entrevista, ele também revelou que está se apegando à sua fé cristã para lidar com a situação. Ele pediu que as pessoas rezem por ele.
O senador também disse que não planeja voltar a disputar cargos públicos depois do fim de seu mandato.