No prazo final para os governadores renunciarem dentro do prazo para concorrer nas eleições de outubro, seis deles deixaram o cargo, mas três decidiram ficar. Dois deles ? Cid Gomes (Pros-CE) e Roseana Sarney (PMDB-MA) ? surpreenderam os aliados e, ao optarem pelo cumprimento do mandato até o fim, alteraram o equilíbrio de forças na disputa eleitoral. O terceiro é o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB). Entre aqueles que renunciaram, dois terão participação, direta ou indireta, na corrida ao Palácio do Planalto: Eduardo Campos (PSB-PE), que será candidato a presidente, e Antonio Anastasia (PSDB-MG), responsável pela elaboração do programa de governo do presidenciável tucano Aécio Neves.
No Ceará, por exemplo, a decisão pode facilitar uma composição entre o Pros, o PT e o PMDB, como deseja o Palácio do Planalto. Cid queria renunciar ao cargo em conjunto com o vice-governador, Domingos Filho, para indicar como sucessor o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque. Filho não aceitou, já que ele próprio pleiteava a indicação. Contrariado em suas pretensões, Cid acabou ficando, o que impede, legalmente, o irmão, Ciro Gomes, de ser candidato ao Senado.
Com isso, crescem as chances de o candidato ao Senado ser o petista José Guimarães. Por enquanto, o líder nas pesquisas é o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). Para o governo estadual, a provável composição será com o atual líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. ?Sem um candidato forte apoiado por Cid, a vida para Eunício fica mais fácil?, reconheceu o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).