O Palácio de Kanak, que tem a fachada branca inspirada na arquitetura de um templo de mesmo nome, que existiu no Antigo Egito, não está atendendo às necessidades práticas da administração estadual.
Dificuldades de acessibilidade para pessoas com deficiência, seis banheiros para até 80 funcionários e visitantes e ainda estacionamento reduzido, que se traduz em multas de trânsito aplicadas constantemente em secretários estaduais, são alguns dos motivos apontados para a mudança que será concretizada até o final do ano pelo governador Wilson Martins (PSB).
A superintendente de projetos do Governo do Estado, Lucile Moura, explicou que o projeto de mudança para um prédio no Centro Administrativo já estava em andamento desde o governo de Wellington Dias (PT). "O fluxo é muito grande na área próxima ao Palácio de Karnak.
É uma área muito limitada, com dificuldade de logística para o acesso. Hoje a ideia principal é praticidade", disse, acrescentando que com a mudança, além do gabinete do governador, a secretaria de Governo também deve sair do Karnak e ficar reunida em um só prédio, já que hoje se divide entre o Palácio de Karnak e outras repartições.
"Quando o Palácio foi construído não era uma exigência ter acessibilidade, mas hoje os cadeirantes não têm como entrar na área interna. Além disso, no Centro Administrativo o governador ficará mais próximo dos demais secretários, facilitando as reuniões", pontuou Lucile.
O Palácio de Karnak será mantido como local de realização de solenidades oficiais e visitação pública. Como a obra já estava sendo executada para abrigar a sede da Agência de Tecnologia da Informação (ATI), a mudança para o Centro Administrativo deve ocorrer em dezembro deste ano.
O Palácio de Karnak foi construído no final do século XIX, ainda durante o Segundo Império. Nele funcionou inicialmente uma escola, o Instituto Karnak, sendo posteriormente utilizado como residência pelo Barão de Castelo Branco.
Em 1926, lá foi instalada a sede do Governo Estadual, na gestão de Mathias Olympio de Melo. Em reforma na década de 1970, ganhou jardins projetados pelo famoso paisagista Roberto Burle Marx.