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Secretário de Trump promete reação dos EUA à condenação de Bolsonaro nos próximos dias

Marco Rubio criticou ministros do STF e disse que os EUA anunciarão medidas em breve. Ex-presidente brasileiro foi condenado a 27 anos de prisão

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em 20 de maio de 2025 | Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta segunda-feira (15) que Washington deve anunciar nos próximos dias medidas em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em entrevista à emissora americana Fox News e ocorre após a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Críticas ao STF

Durante a entrevista, Rubio classificou os ministros do Supremo como “juízes ativistas” e acusou a Corte de perseguir Bolsonaro. Ele também disse que o tribunal brasileiro tentou punir cidadãos americanos por meio de medidas “extraterritoriais”.

“Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar”, declarou Rubio.

O secretário já havia se manifestado na última quinta-feira (11), logo após a conclusão do julgamento, prometendo que os EUA “responderiam de forma adequada a essa caça às bruxas”.

Apoio de Trump

O presidente Donald Trump também se pronunciou sobre o caso, chamando a condenação de “terrível” e afirmando estar “muito insatisfeito” com a decisão do STF. Em tom pessoal, ele comparou o episódio ao que viveu em seus próprios processos judiciais.

“Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem”, declarou o republicano.

No mesmo dia, o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, avaliou que as relações entre Brasil e Estados Unidos vivem o “pior momento em dois séculos”.

Tarifas e tensões diplomáticas

As críticas não são um episódio isolado. Em julho, Trump já havia enviado uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Ele justificou a medida, em parte, como reação ao que chamou de perseguição a Bolsonaro.

Além disso, determinou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, acusando o país de práticas desleais no comércio internacional.

Na semana passada, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, elevou ainda mais o tom ao afirmar que os Estados Unidos estão dispostos a usar “meios militares” para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo, em referência direta ao julgamento de Bolsonaro.

“A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. O presidente Trump leva isso muito a sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil”, declarou.

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