Percorrendo durante o mês de janeiro uma maratona pelos estados nordestinos para mobilizar prefeitos e governadores em torno da votação sobre a partilha do pré-sal, que vai acontecer em fevereiro no Congresso Nacional, o pré-candidato do PMDB à chefe do Executivo estadual, o deputado federal Marcelo Castro, rebate as insinuações de que sua candidatura foi colocada em segundo plano após o engajamento na luta pelo pré-sal.
O deputado afirma que não estava ?flanando? quando esteve no Ceará, encontrando-se com outros gestores e parlamentares do Nordeste. ?Me dediquei ao máximo à minha pré-candidatura, visitei todos os municípios do Piauí. Dei uma parada no final do ano, estive em Fortaleza trabalhando e estou prestando contas desse trabalho ?, justifica o presidente estadual do PMDB.
Apesar de não ter decolado nas últimas pesquisas de intenção de votos, Castro acredita que será o nome escolhido entre os quatro pré-candidatos da base aliada para suceder o governador Wellington Dias pelo bloco governista. Mesmo cobiçado por aliados e oposicionistas para integrar a chapa majoritária que disputará as eleições de outubro, Marcelo afirma que o PMDB deverá ter candidato própria caso a união da base seja desfeita.
?O PMDB é o maior partido do Estado não pode deixar de ter candidato próprio. Já sabemos que ninguém ganhará no primeiro turno, porque vamos apoiar alguém? Vamos ser candidatos também?, e concluiu, ?tenho convicção que chegaremos ao segundo turno e iremos atrás de apoios com chances reais de governar o Piauí?.
Marcelo Castro, no entanto, não aposta em racha e acredita na viabilidade de um peemedebista como cabeça de chapa do bloco governista. ?Sou o nome que mais une a base. Tenho experiência acumulada suficiente para ser governador do Piauí, dando continuidade a esse projeto político e administrativo em consonância com Governo Federal?, argumenta.
Ele ressalta que o PMDB está disposto a apoiar outro candidato se essa for a decisão de Dias. ?Não sendo meu nome escolhido, apoiaremos o que for decidido. Se quero o apoio dos outros ao meu nome tenho que apoiar os outros também?, enfatiza. Com cerca de 38 mil filiados e seis deputados estaduais, sendo metade da ala anti-governista do partido, o apoio da sigla a qualquer um dos lados no próximo pleito terá peso significativo, principalmente no interior do Estado.
Castro, porém, não vislumbra ?nenhuma razão prática? para deixar o Governo estadual, onde o PMDB esteve majoritariamente por sete anos. ?O Governo nos respeita, temos um bom relacionamento e para mudar de lado precisamos ter fortes razões?, pontua, enumerando a ?desconsideração? como um dos motivos para uma possível mudança de posição. (S.B.)