Um dos mais longevos políticos brasileiros, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defende uma lei para regular o comportamento de ex-presidentes da República. "Uma legislação que não permitisse a nenhum ex-presidente da República que voltasse a qualquer cargo eletivo", sugere. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Sarney diz agora que não pretende ser mais candidato a nada. Seu rumo à aposentadoria começa no início de 2013, quando deixa a presidência do Senado. ?Assim que eu deixar o Senado, que não tiver compromissos partidários, acho que é muito difícil resistir à paixão de voltar ao Maranhão. É uma saudade que não passa?, falou.
Político moderado, posicionado do centro para a direita, Sarney apoiou o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Enxergou ali uma forma de lustrar sua imagem. Sobre a política nacional, ele disse que ?nossas instituições políticas remontam ao século 19. Ainda não conseguimos uma estrutura política como aquelas que dão estabilidade. (...) A Constituição de 1988 transferiu ao Executivo a capacidade de legislar?, avaliou. Um pouco melancólico, acha que as "medidas provisórias destruíram o Congresso", mas não vê solução no curto prazo. Defende mudança no sistema de governo para o parlamentarismo.