O projeto que previa que alguns vereadores da cidade do Rio de Janeiro continuassem recebendo salário até o fim da vida, mesmo após o fim do mandato, foi votado nesta terça-feira (1º) em regime de urgência. Por unanimidade (40-0), os vereadores rejeitaram a proposta e o texto agora será arquivado.
"Demos um exemplo. Matamos esse projeto que causaria prejuízo à Prefeitura do Rio e à cidade", disse o vereador Leonel Brizola Neto (PSOL).
O projeto havia sido retirado da pauta no início da tarde, depois que outros vereadores pediram para analisar melhor o texto, de autoria do vereador João Cabral (PMDB).
Posteriormente, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB) disse que a sessão extraordinária foi convocada para as 18h, para votar o projeto.
"Peço uma sessão extraordinária para que esse caso seja decidido hoje", disse o vereador Marcelo Arar. "Eu já tenho quatro mandatos e nunca vi tanta reação com uma notícia. Acho que é preciso ter mais respeito com a gente", comentou o vereador Marcelino D'Almeida (PP).
O valor do salário previsto seria igual ao que recebe um secretário da prefeitura, ou seja, R$ 15 mil líquidos por mês. O autor do projeto entende que o salário vitalício valeria para vereadores que já são funcionários públicos municipais e que tenham três mandatos seguidos ou quatro intercalados.
O texto deveria ter sido votado na última quinta-feira (27), pois entrou em uma espécie de regime de urgência, mas não houve quórum suficiente. Então, o projeto seria analisado em plenário pelos vereadores nesta terça.
Na justificativa, o vereador João Cabral disse que é “uma questão de justiça, de igualdade”. Ele não foi reeleito nas últimas eleições para um próximo mandato.