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Saiba quem é Demóstenes Torres, advogado que disse gostar de Moraes e Bolsonaro

Ex-senador Demóstenes Torres, cassado em 2012, é o advogado do almirante Almir Garnier no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado no STF. Entenda o caso.

Demóstenes Lázaro Xavier Torres | Foto: Reprodução
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No primeiro dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (2), a defesa do almirante Almir Garnier — réu do núcleo 1 no processo que envolve o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — ficou a cargo de um nome conhecido da política: o ex-senador Demóstenes Torres.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Garnier de ter aderido ao plano golpista, colocando tropas à disposição. Já seu advogado tem uma trajetória marcada por ascensão meteórica, prestígio como símbolo de ética e uma queda abrupta que levou à cassação de seu mandato parlamentar.

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Nascido em Anicuns (GO), em 1961, Demóstenes Lázaro Xavier Torres construiu carreira no Ministério Público de Goiás, onde chegou ao posto de procurador de Justiça. Entrou para a política em 2002, ao ser eleito senador por Goiás, e se reelegeu em 2010. No Congresso, ganhou a fama de parlamentar combativo e defensor da moralidade, recebendo o apelido de “mosqueteiro da ética”.

Seu ponto alto foi a relatoria do projeto de iniciativa popular que originou a Lei da Ficha Limpa, em 2010. A norma tornou inelegíveis por oito anos políticos condenados por crimes graves em decisões de órgãos colegiados.

A imagem de paladino da ética começou a ruir em 2012, quando a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelou suas ligações com o empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais e corrupção. Gravações telefônicas autorizadas pela Justiça mostraram indícios de proximidade entre Torres e Cachoeira, além de favorecimentos políticos ao contraventor.

As denúncias resultaram em processo por quebra de decoro parlamentar. Em 11 de julho de 2012, por 56 votos a favor e 19 contra, o Senado cassou o mandato de Demóstenes, tornando-o o segundo senador da história da República a perder o cargo. Com isso, ficou inelegível por oito anos.

Após deixar a política, buscou retornar ao Ministério Público de Goiás, de onde era oriundo. Depois de uma disputa judicial, conseguiu ser reintegrado em 2016 e permaneceu na instituição até 2019, quando se aposentou como procurador de Justiça. Desde então, atua como advogado.

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