Ao ser libertado, no inicio da tarde deste sábado (16), depois de 14 meses preso por seu envolvimento no mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson disse que tem informações sobre o esquema investigado pela operação Lava Jato, mas não pode dar declarações sobre o assunto, sob risco de voltar para a prisão. Ele vai cumprir o restante de sua pena, que foi de 7 anos, em casa. O delator do mensalão, foi autorizado pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a cumprir o restante de sua pena em regime aberto, após ser condenado no julgamento do mensalão do PT. Ele começou a cumprir a pena em fevereiro do ano passado em Niterói.
"Está aqui (entalado), mas eu não posso falar. Se eu disser, o Barroso me prende", afirmou, rindo, em referência ao ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a saída do ex-deputado.
Na saída do prisão, em Niterói, Jefferson disse que não poderia comentar questões políticas, por conta das restrições impostas pela decisão judicial - que serão cumpridas com tranquilidade, segundo ele. Abraçado à mulher, Ana Lúcia Novaes, com quem pretende oficializar o casamento no fim do mês, brincou que agora quer "namorar muito".
O ex-deputado contou que vai trabalhar de segunda a sexta-feira num escritório de advocacia, como auxiliar de escritório, e que pretende voltar a advogar. "Quero colocar em prática o que sei fazer. A política já parei, quem fala é a Cris", disse, apontando para a filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Com semblante sereno e acenando para jornalistas e curiosos, Jefferson saiu dirigindo seu carro em direção à residência em que vai morar com a mulher, um apartamento na Barra da Tijuca, zona nobre do Rio.