Após o anúncio do afastamento do prefeito de São Paulo , Bruno Covas ( PSDB), o seu vice, Ricardo Nunes ( MDB), vai assumir a gestão da capital paulista por 30 dias, assim que a Câmara dos Vereadores autorizar. Bruno vai se licenciar para dar continuidade ao tratamento que enfrenta contra um câncer no sistema digestivo.
O vice Ricardo Nunes é ligado ao ramo de empresários e à Igreja Católica e já foi vereador por dois mandatos em São Paulo, tendo composto as bases petista e tucana nos últimos oito anos na Câmara Municipal de SP.
Durante o primeiro mandato, o vereador foi forte interlocutor da Igreja Católica na Câmara Municipal e fez forte lobby pela anistia de débitos dos templos religiosos na lei de zoneamento em 2016.
Em 2012, após se eleger como deputado estadual, ele fez parte da base de apoio do prefeito Fernando Haddad (PT).
Indicado a candidato na chapa de Bruno Covas (PSDB) como resultado de um arranjo político, após a recusa do apresentador José Luiz Datena e do deputado Celso Russomano (Republicanos), e quando ocupava o cargo de vereador pelo MDB, Ricardo Nunes tem trajetória curta na política, mas conseguiu cultivar boas relações na Câmara Municipal.
Além das alianças, pesou na escolha de Covas o fato de o dono de uma empresa de controle de pragas, de 53 anos, ser conhecido pela discrição e ter uma biografia sem escândalos. Mas, ainda no meio do primeiro turno da eleição, veio a público uma denúncia de violência doméstica feita em 2011 pela mulher de Nunes. O casal reatou o relacionamento e a investigação não foi à frente, mas, com a publicidade do caso, ambos tiveram de dar explicações sobre o episódio e alegaram que o fato ocorreu num momento de instabilidade emocional já superado. Pouco antes, ligações do vice com entidades que prestam serviços para a prefeitura na área de creches também vieram a público e causaram desgaste.
Nunes foi eleito pela primeira vez em 2012, sob a bênção do vereador Milton Leite (DEM), um dos políticos mais influentes de São Paulo. O reduto eleitoral dos dois é a periferia da Zona Sul da cidade. Católico, integrava a bancada cristã da Câmara de Vereadores. Durante a campanha a vice-prefeito, declarou:
— Meu papel será o de somar esforços com o prefeito em tudo o que ele precisar. Vamos cuidar das pessoas numa gestão humanizada. Meu conhecimento das finanças públicas e da Câmara Municipal estarão sempre à disposição da liderança do prefeito e dos paulistanos.