Os cientistas políticos Ricardo Arraes e Francisco Mesquita vieram hoje ao programa Agora, da Rede Meio Norte, para discutir alguns pontos sobre a reta final das eleições municipais no Piauí, que estão a apenas três dias de distância.
Pesquisa
Francisco Mesquita comentou que os candidatos costumam usar muito os resultados das pesquisas em suas campanhas, mas que, diferente do que se pensa, a influência delas sobre a decisão dos eleitores não é tão grande assim. Apenas em casos de eleitores ainda indecisos sobre em quem votar, e acabam escolhendo quem estiver em primeiro lugar. Ricardo Arraes concordou, acrescentando que as pesquisas estão as vezes em 10ª lugar na questão de influenciar o eleitor.
Apoio
Alguns candidatos usaram apoios políticos para conseguir voto. Foi o caso de Wellington Dias, que trouxe o ex-presidente Lula para sua campanha na televisão, e Firmino Filho que usou o apoio do ex-prefeito Silvio Mendes. Para Ricardo Arraes, para candidatos com eleitorado consolidado, um apoio não altera tanto a realidade dos votos: ?Se o apoio for simpático, querido, é válido. Mas não é suficiente para catapultar um candidato?, disse.
Francisco Mesquita chamou atenção para o fato de que o eleitor deve ficar atento para o discurso do candidato, e não do parceiro dele. ?Afinal, é o candidato que vai governar?, completou.
Humor
?Esse final de campanha é hora de mostrar o diferencial de cada candidato, o que em Teresina tem sido pouco aproveitado?, disse Francisco Mesquita. Para o cientista, os candidatos repetiram tudo o que vinham falando e abusaram do humor. ?O humor, da forma como fizeram aqui, comunica pouco?, disse. ?Não vi nenhum dos candidatos mostrar seu plano de governo. O humor omitiu as discussões mais concretas?, pontuou.
Já Ricardo Arraes discorda, e acha que o humor foi uma ferramenta usada com criatividade. ?O humor foi o diferencial nesse final de eleição. E se for usado com ética, é algo válido?, disse. Ricardo falou que foram realizadas quase um debate por dia, na televisão, em rádios e portais de notícia, o que garantiu uma campanha bastante democrática. ?As propagandas eleitorais não são atraentes para as pessoas, o humor serviu para chamar a atenção?, argumentou.
Consciente
Quanto aos eleitores estarem votando mais conscientemente, ambos concordam. ?Eleições a cada dois anos tem propiciado um aprendizado aos eleitores, ensinado o eleitor a votar.?, afirmou Ricardo Arraes. Francisco Mesquita lembrou que a lei de Ficha Limpa tem ajudado muito nesse aprendizado. ?Mas claro, isso é algo que está se desenvolvendo. Ainda não podemos dizer que temos um eleitor que sabe decidir quem é o melhor prefeito para a sua cidade conscientemente?, completou Ricardo Arraes.