Resolução do PT manda recado velado contra o ministro Cristiano Zanin

Certos membros proeminentes dentro da agremiação defenderam a ideia de evitar um confronto aberto com o recém ingresso ministro

Resolução do PT manda recado velado contra o ministro Cristiano Zanin | Reprodução/Agência Brasil
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A Resolução emitida hoje pelo diretório nacional do PT manda um recado velado ao ministro do STF, Cristiano Zanin, cujas recentes decisões têm sido percebidas como tendo uma inclinação conservadora. Parte do conteúdo, sugerido pela líder do partido, Gleisi Hoffmann, elogia certas determinações recentes do tribunal, embora essas tenham sido objeto de discordância por parte do ex-advogado de Luiz Inácio Lula da Silva. 

"No momento em que o Supremo Tribunal Federal deve retomar o julgamento do marco temporal, manifestamos a expectativa de que a Suprema Corte reafirme os direitos dos povos indígenas, como ocorreu em decisões anteriores. Esta expectativa de uma atuação em defesa da civilização é reforçada por recentes decisões e avanços do STF neste sentido", diz a resolução.

O partido cita então a equiparação da ofensa contra pessoas LGBTQIA+ ao crime de injúria racial, a abertura de ação sobre a violência contra povos indígenas Guarani-Kaiowa pela PM do Mato Grosso do Sul; a manutenção do princípio da insignificância e o avanço na descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. A ideia, segundo apurou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, era expressar "desconforto" com Zanin. A proposta de Gleisi enfrentou resistência interna, no entanto.

Certos membros proeminentes dentro da agremiação defenderam a ideia de evitar um confronto aberto com o recém-ingresso ministro, mesmo que seu nome não tenha sido mencionado diretamente. Neste momento, a abordagem preferencial seria discutir o assunto de maneira reservada. No entanto, a posição defendida pela presidente do partido acabou por ser a escolhida.

Outra deliberação relevante do partido diz respeito à estratégia de alianças para as eleições municipais de 2024. Foram aprovadas permissões para estabelecer coligações com partidos de orientação esquerdista e com legendas que expressaram apoio a Lula no ano anterior. O PT, como era esperado, vetou que candidatos estejam junto de políticos bolsonaristas. Não houve, no entanto, veto a nomes de partidos como PP, Republicanos ou mesmo PL que não são identificados com o ex-presidente.

(Com informações da Folhapress - Fabio Zanini)

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