O Senado arquivou o pedido de advertência ao senador Roberto Requião (PMDB-PR) por ter ameaçado um jornalista depois de tomar o gravador de suas mãos. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), acatou parecer da Advocacia do Senado. No parecer, os advogados Hugo Souto Kalil, Fernando Cunha e Alberto Cascais afirmam que o pedido apresentado pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal não atende aos requisitos previstos para punir o parlamentar.
Os advogados afirmam que não há provas de que Requião agrediu o jornalista Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes -embora o repórter tenha gravado o trecho da entrevista na qual o senador toma o gravador de suas mãos.
"O sindicato imputou ao senador representado apenas os seguintes fatos: apropriação indevida de aparelho gravador utilizado pelo jornalista, ameaça de agressão física com os dizeres: "você quer apanhar?" e chacota pública do profissional na internet ao chamá-lo de "engraçadinho". Todavia, a narração dos fatos mostra-se deficiente apara o seu enquadramento como infração ética", diz o parecer.
Além disso, segundo o sindicato, apenas a Mesa Diretora do Senado e partidos políticos com representação no Congresso poderiam entrar com representação contra Requião.
O episódio ocorreu no dia 25 de abril, quando Requião arrancou o gravador do repórter e ameaçou bater nele, após ser questionado sobre a pensão de ex-governador do Paraná. O presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF, Lincoln Macário, disse que o órgão pode recorrer da decisão -mas reconhece que a Casa demonstrou não estar disposta a levar o caso adiante.