Relator do mensalão retoma voto sobre partidos da base aliada

Partidos da base aliada teriam recebido propina.

Ministro-relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa. | Reprodução
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O ministro-relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, retomou nesta quarta-feira (19) seu voto sobre o suposto recebimento do mensalão pelos partidos da base aliada do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006). Hoje, serão analisados os réus ligados ao PL (Partido Liberal), atual PR. Na sessão da última segunda-feira (17), Barbosa tratou dos recebimento de recursos dos réus ligados ao PP (Partido Progressista).

O item 6 da denúncia da Procuradoria Geral da República é o que está em análise no momento e trata dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro envolvendo integrantes do PP, PL, PTB e PMDB .

No que se refere ao PL, a Procuradoria Geral da República acusa os deputados Valdemar Costa Neto (SP), o ex-deputado Bispo Rodrigues (RJ) e o assessor Jacinto Lamas de formação de quadrilha, lavagem e dinheiro e corrupção passiva. O assessor da legenda Antônio Lamas, irmão de Jacinto, é acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, mas a Procuradoria pediu sua absolvição por falta de provas.

No esquema, ainda segundo a PGR, Valdemar e os irmãos Lamas teriam recebido, entre 2003 e 2004, R$ 10,8 milhões a título de propina. Antônio Lamas era assessor da liderança do PL na Câmara e seu irmão, ex-tesoureiro da mesma legenda.

Réus do PP

Na última segunda-feira (17), Barbosa deu indícios da condenação do deputado federal Pedro Henry (PP-MT), do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE) e do ex-assessor do PP João Cláudio Genú pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-deputado José Janene, também denunciado e citado no esquema, morreu em 2010.

Henry e Corrêa são acusados de receber dinheiro para votar a favor de projetos de interesse do governo, por intermédio de Genú. Outros intermediários no esquema eram os proprietários das corretoras Bônus Banval e Natimar. A primeira é de propriedade de Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, também réus no processo, e a segunda é de Carlos Alberto Quaglia, que não é mais julgado pelo STF.

Depois do PP e do PL, será a vez de o relator analisar a conduta dos parlamentares do PTB. Entre os réus petebistas estão: o ex-deputado e atual presidente do partido, Roberto Jefferson (RJ) ?delator do caso?, o ex-deputado Romeu Queiroz (MG) e Emerson Eloy Palmieri, ex-tesoureiro da sigla.

A denúncia cita ainda o ex-deputado e ex-presidente da legenda José Carlos Martinez (PR), que morreu em 2003 e nem chegou a ser incluído no texto da Procuradoria, concluído em 2007. De acordo a PGR, em 2004, ficou acertado o repasse de R$ 20 milhões do PT ao PTB em troca de apoio político. O esquema foi delatado por Jefferson em entrevista ao jornal ?Folha de S.Paulo? em 2005.

Na parte da denúncia que trata do PTB, aparece também citação ao ex-deputado pelo PL e ex-ministro dos Transportes de Lula, Anderson Adauto, que teria feito ?acordo criminoso? com Romeu Queiroz e Jefferson.

O quarto partido denunciado é o PMDB do ex-deputado José Borba, que era líder da bancada da sigla na Câmara na época do mensalão. Ele teria sido beneficiado pelo esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B e recebido R$ 200 mil para votar a favor de matérias de interesse do governo. Ele deixou o partido em 2007.

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