Reitores de universidades federais defendem o Enem

Para reitor da Federal do Ceará, exame traz metodologia transformadora

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Os reitores Targino de Araújo Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Jesualdo Pereira Farias, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que substituíram seus vestibulares integralmente pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), disseram que os problemas relacionados ao exame não abalam sua credibilidade. Favoráveis ao novo modelo do Enem, os reitores afirmaram acreditar que as falhas serão superadas e que não será necessário alterar os respectivos calendários acadêmicos.

Aplicado neste sábado (6) e domingo (7), o Enem está suspenso em todo o país por decisão da Justiça Federal do Ceará, que afirma que os erros nas provas causaram prejuízo para os candidatos.

Logo depois do exame, no sábado, os estudantes reclamaram de problemas na folha de respostas e na prova amarela. Na folha de respostas, os cabeçalhos que indicaram as áreas de conhecimento estavam invertidos, na comparação com o caderno de questões. O Ministério da Educação diz que a orientação era seguir a ordem numérica das questões, mas alguns alunos afirmam que não receberam a recomentação e, por isso, preencheram o gabarito de forma invertida.

Além disso, um lote da prova amarela tinha problemas de impressão com algumas perguntas repetidas, outras faltando, sequência numérica errada e até algumas questões de um outro modelo aplicado, a prova branca.

?É lamentável que tenham ocorridos falhas, mas é um processo de aprendizagem. As universidades também começaram errando. A situação do ano passado foi outra [quando houve o furto das provas]. Embora lamente, felizmente, este ano temos alternativa para corrigir. Repetir o exame a todos seria um imenso desgaste?, afirmou Targino de Araújo Filho, da UFSCar.

Para Araújo Filho, as alternativas propostas pelo MEC de aplicar reaplicar o exame aos candidatos que receberam a prova amarela e abrir espaço para os estudantes que preencheram o gabarito errado de solicitar a correção invertida, resolvem os problemas. ?Tenho expectativa de que tudo isso se resolva logo.?

Jesualdo Pereira Farias, da Federal do Ceará, disse que a universidade passou um ano estudando se substituiria o vestibular pelo Enem. ?Compreendemos que ao adotarmos ao Enem contribuímos com a educação como um todo. O Enem traz uma metodologia transformadora e trará benefícios ao ensino médio. Tememos que este problema comprometa um projeto maior que defendemos para o país.?

A UFSCar vai oferecer, via Sistema de Seleção Unificada (SiSU), 2.553 vagas para 56 cursos de graduação. A UFC disponibilizará 5.700 vagas para 104 cursos, sendo 22 nos campi do interior do Ceará.

Sem mudanças

Em nota, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que não mudará o calendário do seu vestibular nem tomará qualquer providência em relação ao Enem, a não ser aguardar as decisões judiciais e do Ministério da Educação. Segundo a universidade, que adotou o Enem como primeira etapa do vestibular, as datas da segunda etapa estão mantidas: entre 23 a 29 de janeiro de 2011.

?Aplicar um exame dessa magnitude é um processo de aprendizado e ficou claro que alguns detalhes ainda precisam ser aperfeiçoados. Mas como se trata de uma questão nacional, não cabe à UFMG tomar qualquer decisão isolada?, disse o reitor Clélio Campolina.

Campolina reiterou sua posição favorável ao Enem, considerando-o ?um sistema necessário, conveniente e que precisa ser preservado. O Enem trará para o sistema de ensino um maior conhecimento dos alunos nas diferentes escolas, algo a que não tínhamos acesso anteriormente?, afirmou.

A assessoria de imprensa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disse que aguarda a posição do MEV, e que até o momento também não prevê mudanças no processo seletivo. O Enem continuará a valer como primeira fase do vestibular 2011.

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) informou que conforme estava previsto em edital, as notas do Enem só serão usadas para compor 50% da primeira etapa do processo seletivo, se o MEC divulgá-las até 20 de dezembro.

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