O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), desembargador Edvaldo Moura, se posicionou sobre a reforma política em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo o desembargador, a medida que até agora tem como principais pontos aprovados o fim da reeleição e a inserção na Constituição das doações de empresas privadas para campanhas eleitorais, atende aos interesses dos parlamentares e não da sociedade que busca ser melhor representada na classe política do País.
“Eu tenho a impressão, respeitando os que de fato ali estão trabalhando, que essa reforma me parece que está resolvendo os problemas deles, dos deputados e senadores. Ela não está resolvendo, como a gente gostaria, o problema verdadeiro da democracia representativa que nos norteia e que de fato a cada dia vem querendo se aperfeiçoar”, disse Edvaldo Moura.
O desembargador reforçou ainda manifestação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, contra a coincidência de mandatos e eleição apenas a cada cinco anos no País. “Nós estamos buscando o aperfeiçoamento, aprimoramento do ato cívico de votar.
Você imagina passar cinco anos sem votar. Nós estamos empenhados com um movimento chamado Tribunal Cidadão que não só se preocupa com a rotina burocrática da Justiça Eleitoral, do alistamento à diplomação dos eleitos, mas tem uma preocupação muito mais interessante e que vem de encontro aos interesses da população. É a preocupação do voto livre e consciente. E o eleitor só aprende a votar votando. Se ele passa cinco anos para votar, há dificuldade para que de fato ele entenda o sentido e a importância do voto”, sustentou Edvaldo.
O presidente do TRE-PI disse ainda ser quase impraticável a realização de uma eleição com mais de dois milhões de candidatos – de vereador a presidente – em um único dia em todo País.