Cada vez mais as mídias sociais têm sido o foco e o meio pelo qual as pessoas se comunicam sobre qualquer assunto, seja esporte, música ou até mesmo a política. Essas redes ditam o quê ou quem está "na moda", e a repercussão de informações e opiniões é imediata, chegando aos celulares e computadores de grande parte dos usuários em segundos. E nas eleições municipais deste ano não será diferente: a grande maioria dos pré-candidatos da cidade de São Paulo tem perfis em redes sociais como o Twitter e o Facebook, e mostram a importância dessas ferramentas para as eleições de outubro.
Por votos, candidatos buscam especialistas em redes sociais
O pré-candidato do PSDB José Serra é o líder em "popularidade" no Twitter. O tucano e ex-prefeito de São Paulo está perto de alcançar 1 milhão de seguidores no microblog, o que deve acontecer nos próximos meses durante a campanha eleitoral. Já na outra ponta do "ranking" aparece o petista Fernando Haddad, que ainda não tem um Twitter oficial. Porém, o ex-ministro da educação deve criar seu perfil no microblog em breve, já que o PT deixou bem claro que a campanha do candidato será voltada para o público jovem e terá como tema a "renovação".
Netinho de Paula (PSDB), Soninha Francine (PPS), Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) são bastante atuantes na rede social e frequentemente publicam postagens para seus seguidores.
Para se ter uma ideia do alcance da internet no Brasil, o Ibope, em parceria com a Nielsen Online, divulgou uma pesquisa na segunda-feira passada afirmando que o número de pessoas com acesso à web no País chegou a 82,4 milhões no primeiro trimestre de 2012: um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2011. Considerando os dados recolhidos pelo censo demográfico de 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa do Ibope indica que aproximadamente 43% dos brasileiros têm acesso à internet.
Os números crescem diariamente e a importância das mídias sociais no cotidiano das pessoas também. E é assim que os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo tentam se aproximar de seus eleitores e da imprensa por meio do Facebook e, principalmente, do Twitter. "A internet é inescapável. É uma arena de pesquisa, mas há muito trabalho a ser feito. Os profissionais bem preparados usam a internet a seu favor e ela permite entender o eleitorado, produzir conhecimento e movimentar a militância", afirmou Gabriel Rossi, especialista em marketing digital.
Rossi vai além e acredita que um simples post nas redes sociais pode decidir uma eleição, seja ele a favor ou contra o candidato. "As mídias sociais têm influência na grande mídia e os candidatos de grandes cidades "juniorizaram" o trabalho de internet. O impacto que ela possui é muito grande e não há espaço para amadorismo", afirmou o especialista.
Para ele, as mídias sociais permitem ao candidato conhecer mais seu público e passar a tratá-lo de maneira diferente do que ocorre na televisão ou no rádio. "O maior problema dos candidatos é que não prestam atenção no comportamento e seguem a tecnologia como loucos no lugar de seguir o comportamento. Por isso que quem quiser se diferenciar terá que inovar. Eles (candidatos) buscarão a audiência na influência do militante. Os jovens são formadores de opinião e confiam nos amigos, e não nas instituições".
Lei Eleitoral
Tendo em vista a seriedade e a importância da internet na divulgação de planos de governo e contato com o eleitor, alguns Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) criaram centrais de denúncias, com telefones específicos e postos de atendimento, para comunicação do uso ilegal das mídias. Entretanto, eles apenas recebem o relato e encaminham ao Ministério Público para que a denúncia seja formalizada.
Para regulamentar essas denúncias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu qualquer candidato ou pré-candidato a fazer propaganda eleitoral pelo Twitter antes do dia 6 de julho. O ex-candidato à vice-presidência da República em 2010 pelo PSDB, Índio da Costa, inclusive, foi multado em R$ 5 mil na época por "veicular mensagem eleitoral antes do período permitido pela legislação" a favor do então candidato do PSDB, José Serra.
"O uso das mídias sociais traduz-se em grande oportunidade de atender um público novo. São eleitores conectados com as novas tecnologias e que possuem um grande poder de difusão de informação", afirmou a assessoria de imprensa do TSE