O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira (10) que o reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, defendido por alguns parlamentares, pode custar R$ 30 bilhões para o governo em um prazo de cinco anos.
Ele lembrou que o Executivo propôs um reajuste menor das aposentadorias acima de um salário mínimo: de 6,14%. ?Houve um verdadeiro torneio para ver quem dava mais?, afirmou o ministro, referindo-se aos congressistas.
A conta para o governo federal, segundo ele, será de R$ 4 a bilhões de reais neste ano, sendo que, nos próximos cinco anos, pode chegar a R$ 30 bilhões.
?Se somarmos a isso, o que vai significar o fim do fator previdenciário, de mais R$ 30 bilhões, teremos um aumento nas despesas da previdência da ordem de R$ 60 bilhões em cinco anos?, afirmou o ministro do Planejamento em evento realizado em Brasília.
Segundo ele, tanto Constituição Federal quanto a Lei de Responsabilidade Fiscal determinam obrigatoriamente a indicação da fonte de receita para despesas de duração continuada.
Reajustes salariais
O ministro do Planejamento disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou "preocupação" com o movimento de alguns setores do funcionalismo público federal sobre os reajustes salariais.
De acordo com ele, o presidente orientou o Ministério do Planejamento a alertar aos demais Ministérios que ?não temos previsão orçamentária? para novos reajustes, além dos já contratados. Destacou que é ?inaceitável? que categorias entrem em greve mesmo considerando o aumento de 16%, a ser pago em julho, para uma inflação de 4% ao ano.