O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), classificou como “uma chaga histórica” o baixo índice de acesso ao saneamento básico no estado. Em entrevista ao jornal digital Poder 360, ele reconheceu o problema como uma das grandes fragilidades estruturais do Piauí e afirmou que os dados atuais “nos envergonham”.
A declaração veio após a divulgação dos números do Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que apenas 18% dos domicílios piauienses têm acesso à rede de esgoto. Isso coloca o estado como o quarto pior do país nesse quesito, ficando abaixo das médias regional e nacional.
“Esse indicador de 18% realmente nos envergonha”, disse Fonteles.
PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA AVANÇA NA CAPITAL
Durante a entrevista, o governador destacou os esforços para mudar essa realidade, especialmente por meio de parcerias com a iniciativa privada. Ele lembrou que a capital Teresina já passou por um processo de concessão dos serviços de água e esgoto.
Desde 2017, a concessionária Águas de Teresina é responsável pela operação. Na época, o contrato foi firmado pelo valor de R$ 1,73 milhão e terá vigência até 2048. A empresa informa que, desde que assumiu a gestão, a cobertura da rede de esgoto passou de 19% para 60%.
“É tanto uma prioridade que nós conseguimos fazer um leilão para concessão à iniciativa privada do serviço de água e esgoto”, ressaltou Fonteles.
INTERIOR TERÁ INVESTIMENTO DE R$ 8,6 BILHÕES
A meta, segundo o governador, é levar o mesmo modelo de sucesso para os demais municípios. Em outubro de 2023, a empresa Aegea venceu a licitação para operar o sistema de saneamento em 224 municípios do Piauí pelos próximos 35 anos. O investimento previsto para os primeiros dez anos é de R$ 8,6 bilhões.
Fonteles aposta na ampliação do acesso ao serviço como instrumento de transformação social e econômica.
“Esperamos sair desse patamar de 18% para 90%, que é o que determina o novo Marco Legal do Saneamento”, declarou.