Em mais uma crítica à atuação do juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (18) que "grampear o presidente", sem a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), é crime e dá cadeia, ao se referir à interceptação e divulgação de uma conversa telefônica entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Em muitos lugares do mundo, quem grampear o presidente vai preso se não tiver autorização judicial da Suprema Corte. Grampeia o presidente dos Estados Unidos e vê o que acontece com quem grampear", declarou Dilma, em Feira de Santana (BA), onde participou da entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.
Na quarta-feira (16), cerca de duas horas após o Palácio do Planalto anunciar que Lula seria o novo ministro da Casa Civil, a Polícia Federal divulgou o conteúdo de conversas telefônicas de Lula, interceptadas com autorização da Justiça.
A divulgação ocorreu depois que o juiz Sérgio Moro, que coordena a Operação Lava Jato, quebrou o sigilo das investigações e, com isso, tornou públicas gravações contidas no processo.
Em uma das conversas, Dilma e Lula conversam por telefone a respeito do termo de posse do ex-presidente como ministro, que dá foro privilegiado ao petista.
Segundo interpretação dos investigadores, a gravação dá a entender que o governo federal teria agido para tentar impedir uma eventual prisão do ex-presidente, que é investigado pelo Lava Jato. Essa gravação foi interceptada pela Polícia Federal poucas horas antes de ser divulgada, às 13h32 de quarta-feira.